O presidente da Tunísia, Kais Saied, disse na sexta-feira rejeitar o que considera interferência externa nos assuntos da Tunísia e uma violação de sua soberania. Isso ocorreu devido a declarações feitas por seus parceiros no exterior após o referendo sobre uma nova Constituição.
Em comunicado da presidência, o presidente Saied expressou sua “rejeição de qualquer forma de ingerência nos assuntos nacionais”.
“Nenhuma voz em nosso país é mais alta do que a voz do povo. O estado tunisiano é igual em soberania com todos os outros países, conforme estipulado pelos princípios do direito internacional. A soberania dentro do estado é propriedade do povo tunisiano, que sacrificou milhares dos mártires pela independência e dignidade nacional”, expressou Saied.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos comunicou nesta quinta-feira sua preocupação com o rumo adotado na redação da nova Constituição, que obteve a aprovação de mais de 94 por cento dos eleitores tunisianos, com uma taxa de participação de apenas 30,5 por cento. Os EUA também compartilharam suas preocupações de que a Constituição possa ameaçar os direitos humanos e as liberdades fundamentais.
O Departamento de Estado dos EUA pediu a emissão de uma lei eleitoral abrangente que permita ampla participação nas eleições parlamentares marcadas para dezembro.
Antes disso, a União Europeia (UE) também exigiu um diálogo inclusivo na Tunísia e um consenso sobre uma lei eleitoral antes das eleições.
Na Tunísia, as críticas à posição dos EUA foram feitas por organizações e partidos, incluindo a Ordem dos Advogados da Tunísia, a Liga Tunisiana de Direitos Humanos e órgãos políticos que apoiam o presidente Saied.
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“A Tunísia é um Estado livre, independente e soberano, e nossa soberania e independência estão acima de todas as considerações. Entre os princípios em que se baseia o direito internacional está o princípio do direito dos povos à autodeterminação e à não assuntos dos estados”, expressou o presidente Saied.
Os partidos da oposição criticam a política individual adotada pelo presidente Kais Saied para determinar o futuro do país. A maioria deles boicotou o referendo sobre a Constituição. As partes alegam que Saied estabelece uma autocracia autoritária, o que o presidente nega.