O sistema de saúde da Faixa de Gaza sitiada está à margem do colapso, reafirmaram oficiais palestinos neste domingo (7). Segundo as fontes, a responsabilidade é dos 15 anos de cerco armado imposto aos dois milhões de residentes do território palestino, além das numerosas baixas deixadas pela mais recente ofensiva da ocupação israelense, na última semana.
Não obstante, pelo quinto dia consecutivo, Israel manteve o fechamento de todas as travessias de Gaza a alimentos, remédios e produtos básicos, incluindo combustível para a única usina de energia elétrica da região.
“Baixas chegam ao hospital minuto a minuto”, declarou Mohammad Abu Selmiyeh, diretor do Centro Médico de al-Shifa, o maior e principal hospital da Faixa de Gaza. Abu Selmiyeh alertou que serviços básicos podem ser cortados pela metade a qualquer momento, devido à escassez de remédios e equipamentos, além de eventuais blecautes.
Durante a campanha que teve início na sexta-feira (5), foram mortos 44 palestinos – incluindo 15 crianças e quatro mulheres –, confirmou o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas. Ao menos 360 pessoas ficaram feridas.
Israel suspendeu seus três dias de bombardeio contra o pequeno território sitiado na noite deste domingo, sob cessar-fogo mediado pelo Egito. No sábado (6), a usina de eletricidade parou de funcionar após exaurir suas reservas de combustível.
“A situação é bastante crítica”, reiterou Abu Selmiyeh, ao advertir para a urgência da reabertura das fronteiras, a fim de obter insumos fundamentais.
Em apelo emitido na tarde de domingo, o Ministério da Saúde observou ter capacidade operacional para apenas 48 horas.
O Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários alertou que a falta de combustíveis deve afetar ainda o trabalho das ambulâncias e das usinas de dessalinização na Faixa de Gaza – responsáveis por fornecer água potável à população.
A Faixa de Gaza tem cerca de dois milhões de habitantes. Israel mantém um cerco militar por ar, mar e terra desde 2007.
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