Ziyad al-Nakhalah – secretário-geral do movimento de Jihad Islâmica – alertou que, caso Israel não cumpra os termos do cessar-fogo mediado pelo Egito, seus combatentes retomarão a luta na Faixa de Gaza sitiada.
Al-Nakhalah insistiu que Israel está sob pressão da resistência palestina, cujo objetivo imediato é a libertação de Khalil al-Awawdeh – prisioneiro em greve de fome – e de Bassam al-Saadi, um dos líderes da Jihad Islâmica na Cisjordânia, cuja captura resultou na escalada de tensões e nos bombardeios do fim de semana.
Segundo o chefe do movimento de Jihad Islâmica, foi a ocupação israelense quem buscou “vigorosamente” um acordo de cessar-fogo.
“Curvo-me aos grandiosos mártires de nosso povo, chefiados pelos líderes mujahideen”, declarou al-Nakhala ao celebrar o início do cessar-fogo. “A resistência palestina em Gaza conquistou um grande êxito, sobretudo o movimento de Jihad Islâmica”.
“Somos mais fortes hoje; todas as cidades do inimigo estão dentro do alcance dos mísseis da resistência”, reiterou al-Nakhala. “Agimos para defender a união de nosso povo. A ocupação lançou seu ataque para destruir a Jihad e as Brigadas al-Quds, mas emergimos mais fortes do que nunca”.
As Brigadas al-Quds são o braço armado da Jihad Islâmica. Segundo al-Nakhalah, seus foguetes atingiram 58 assentamentos ao redor de Gaza, além das cidades de Tel Aviv, Ashdod, Ashkelon e outras, no território designado Israel – isto é, capturado em maio de 1948, mediante limpeza étnica; evento que se tornou conhecido como Nakba ou “catástrofe”.
Conforme o relato do chefe da Jihad Islâmica: “Controlamos o campo de batalha e obtivemos vantagem … As forças da ocupação não foram capazes de avançar um metro sequer em Gaza; estabelecemos a balança de poder”.
“Se o inimigo tivesse conquistado algo, não teria buscado um cessar-fogo. Todavia, caso o inimigo não respeite o acordo mediado pelo Egito, retomaremos nossa luta”, acrescentou.
“Se a Faixa de Gaza sitiada foi capaz de impor suas condições à ocupação, o que pensa que a resistência islâmica no Líbano é capaz de fazer?”, reiterou al-Nakhalah em aparente alusão a avanços de Israel no território marítimo do estado árabe e uma tensão contínua na fronteira meridional.
“Hoje, a resistência impõe uma equação distinta e a resistência palestina tem apoio de diversas nações, assim como os Estados Unidos apoiam Israel”, destacou al-Nakhala, ao mencionar o Irã por seu apoio contínuo a movimentos regionais.
“Após 50 horas de combate, insistimos em estabelecer a equação segundo a qual a resistência tem vantagem e o inimigo fracassou em aniquilar a Jihad Islâmica”, concluiu o chefe do grupo. “O que conquistamos é um triunfo do povo palestino e protegeremos tais conquistas. Saúdo a Cisjordânia: somos um só”
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