O jornalista palestino Nadal Ijbaria, da cidade árabe israelense de Umm Al-Fahm, foi executado em seu carro ontem à noite. De acordo com testemunhas oculares, dois homens mascarados se aproximaram do carro em que ele estava sentado e atiraram em sua cabeça à queima-roupa, fugindo em seguida..
Ijbaria foi declarado morto no Hospital Haemek em Afula depois que os paramédicos tentaram ressuscitá-lo. De acordo com o Jerusalem Post, as autoridades israelenses estão abrindo uma investigação sobre o incidente, coletando evidências no local e procurando suspeitos.
O jornalista de 44 anos escrevia para Sawt Al-Haq wa Al-Huriyeh e fundou o site Baladna (“Nosso país”), que relata crimes em Umm Al-Fahm. O site de notícias lamentou Ijbaria em sua página no Facebook. “A voz da verdade não morrerá”, disse, acrescentando que a vítima estava voltando de uma mesquita para casa quando foi morta.
Falando ao New Arab, a família do jornalista disse que responsabiliza as autoridades israelenses pelo assassinato, porque ele havia apresentado uma queixa oficial sobre receber ameaças de morte. As ameaças aparentemente se deviam a dívidas de um parente do falecido, e a polícia estava ciente delas, mas não prendeu os suspeitos nem impediu o crime.
“Infelizmente, a polícia está subitamente inativa”, disse o pai de Ijbaria, Mohammed. “Eles sempre acusam as famílias das vítimas de não cooperarem na investigação para fugir da responsabilidade, mas demos a eles todas as provas e todas as ameaças a que Nidal e a família foram expostos. Apesar do aumento da criminalidade na sociedade árabe, não há nenhuma ação israelense para detê-la. Este crime não será o último porque nos calamos sobre todas essas calamidades.”
Cidadãos palestinos de Israel – aqueles que permaneceram durante a Nakba e seus descendentes – representam 20% da população do país. Crimes, principalmente assassinatos, aumentaram acentuadamente dentro das comunidades árabes israelenses, com os sucessivos governos israelenses fazendo pouco para resolver o problema.
O município de Umm Al-Fahm condenou o assassinato. Apelou às autoridades israelenses para que tomem as medidas necessárias para prender e responsabilizar os criminosos.
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