Israel crê que não haverá um retorno ao acordo nuclear iraniano antes das eleições de meio de mandato à Câmara dos Representantes dos Estados Unidos em novembro, enfatizou um oficial local ao jornal Times of Israel, neste domingo (11).
“Caso Washington não aceite as demandas de Teerã e Teerã não aceite as demandas de Washington; caso a AIEA [Agência Internacional de Energia Atômica] não desista de seus inquéritos, não haverá retorno ao acordo”, declarou a fonte.
O oficial israelense alegou que o Irã não quer a retomada do pacto sem concessões adicionais. Em contrapartida, Tel Aviv “não tem qualquer expectativa de que Teerã concorde com o novo acordo”.
“O Irã deve ser pressionado pelo Ocidente antes que as partes acatem ao acordo”, prosseguiu a fonte. “Há muitas coisas que podemos fazer para que o Irã compreenda que o tempo não está a seu lado”.
Em agosto, a União Europeia propôs um “rascunho final” para o tratado nuclear. Na sexta-feira (9), no entanto, Washington descreveu a resposta de Teerã como “passo atrás”.
O oficial israelense reconheceu que seu país pressiona o governo do presidente Joe Biden sobre como se posicionar nas negociações atômicas.
“Obtivemos êxito em convencer os Estados Unidos a não capitularem a concessões adicionais ao Irã”, declarou a fonte. Segundo seu relato, a Casa Branca se comprometeu em não conferir quaisquer garantias de que o pacto não será revogado por um governo futuro.
Teerã insiste em transformar o acordo – pelo qual limita seu programa atômico em troca da suspensão de sanções internacionais – em política de estado, ao torná-lo legal e vinculativo. Biden alega não ter jurisdição para tanto.
O acordo assinado em 2015 foi abandonado três anos depois pelo então presidente americano Donald Trump. Seu sucessor democrata prometeu retomá-lo em campanha.
O oficial israelense afirmou, no entanto, que Washington prometeu ao regime sionista não remover todas as sanções estabelecidas contra Teerã.