O ex-premiê israelense e chefe da oposição Benjamin Netanyahu acusou o incumbente Yair Lapid de render-se a ameaças de Hassan Nasrallah – secretário-geral do movimento libanês Hezbollah –, sobre o campo de gás natural de Karish, radicado em águas disputadas do Mar Mediterrâneo.
“Lapid dobrou-se absolutamente às ameaças do Hezbollah”, insistiu Netanyahu nesta quarta-feira (21), em sua página do Twitter. “Lapid quer entregar recursos ao Líbano – um campo de gás natural estimado em bilhões de dólares”.
O líder israelense alegou ainda que Nasrallah quer vender os insumos energéticos de Karish para comprar foguetes eventualmente utilizados contra o estado sionista.
Em vídeo de campanha, declarou o ex-premiê: “Com sua ajuda em 1º de novembro, o partido Likud – sob minha liderança – substituirá o governo fraco e perigoso de Lapid por um governo estável de direita, pelos próximos quatro anos – um governo capaz de retomar para Israel sua segurança e dignidade nacional”.
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Lapid respondeu ao descrever a propaganda política de Netanyahu como “terrivelmente irresponsável”. “Negociações complexas estão em curso nos Estados Unidos”, reiterou o chanceler e primeiro-ministro. “Suas afirmações prejudicam as negociações, assim como interesses econômicos, diplomáticos e de segurança de nosso país”.
Um porta-voz alegou nesta semana que a atual gestão crê que é “possível e necessário” chegar a um acordo sobre as fronteiras marítimas entre Líbano e Israel. “É possível fazê-lo de maneira a servir os interesses dos cidadãos de ambos os países”, declarou a fonte.
Negociações indiretas continuam para determinar direitos territoriais no Mar Mediterrâneo. Nasrallah advertiu para suposta retaliação caso Tel Aviv busque extrair gás natural de Karish antes de firmar um novo acordo de fronteira.
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