Nesta terça-feira (27), John Godfrey – embaixador dos Estados Unidos no Sudão – advertiu o estado norte-africano sobre as repercussões de permitir que a Rússia construa uma base militar em seu território, na região do Mar Vermelho.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Em entrevista concedida ao jornal Tayyar, destacou Godfrey: “Há alguns relatos de que a Rússia tenta implementar um acordo assinado com o presidente deposto Omar al-Bashir, em 2017, para estabelecer uma base militar na costa do Mar Vermelho”.
Bashir foi deposto por intervenção militar após uma onda de protestos populares, em abril de 2019. O Sudão entrou então em um período transicional, contudo, interrompido por um novo golpe das Forças Armadas em outubro de 2021.
“Caso o governo sudanês decida ira adiante para estabelecer ou renegociar a instalação, haverá efeitos prejudiciais aos interesses do país”, reafirmou o diplomata. Segundo Godfrey, a medida deverá isolar o Sudão da comunidade internacional.
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“Todos os países têm direito de soberania para decidir quais parcerias firmar; obviamente, no entanto, suas escolhas têm consequências”, acrescentou.
Godfrey prometeu apoio de Washington, caso seja adotado um governo civil e um quadro transicional capaz de culminar em sistema de democracia representativa.
Sudão e Rússia não comentaram as declarações do embaixador americano, até então.
Durante visita a Moscou, em novembro de 2017, Bashir firmou diversos acordos de cooperação sobre treinamento militar, troca de experiências e salvo-conduto de navios de guerra nos portos de ambos os países.
Um dos acordos prevê a construção de uma base russa na região do Mar Vermelho, capaz de receber navios com capacidade atômica e acomodar 300 oficiais.