O Instituto da Cultura Árabe (Icarabe) e o Clube Monte Líbano promovem a 1ª Mostra de Filmes Libaneses, que vai até o dia 22 de outubro na capital paulista, com exibições aos sábados. A abertura foi no dia 02 com o drama “Caixa de Memórias” (2021, 102 min.). A programação é gratuita e aberta ao público.
No próximo sábado (08) será exibida a ficção Costa Brava (2021, 106 min.), da cineasta Mounia Akl. Dia 15, o documentário Heranças (2013, 96 min.), de Philippe Aractingi, será a atração, e no dia 22, a mostra se encerra com o filme 1982 (2019, 100 min.), de Oualid Mouaness. Todos os filmes serão exibidos às 20 horas, com legendas em português, no Clube Monte Líbano.
Costa Brava
Em Costa Brava, a desprendida família Badri escapa da poluição tóxica e da agitação social de Beirute, procurando refúgio em uma casa utópica nas montanhas, a qual eles dedicaram anos para construir. Inesperadamente, o governo começa a construção de um aterro de lixo do lado de fora da cerca, trazendo o lixo e a corrupção de um país inteiro à porta. À medida que o aterro aumenta, também aumentam as tensões familiares, e os Badri têm que fazer uma escolha: permanecer fiéis aos seus ideais, ou deixar sua casa idílica e enfrentar a realidade da qual fugiram.
Heranças
O documentário Heranças mostra o momento em que o diretor Philippe Aractingi é obrigado a deixar o Líbano, sua terra natal, mais uma vez. Ele entende que cinco gerações anteriores à sua viveram fugindo de guerras e massacres e com isso, a partir de fotos, vídeos, arquivos da família e explorando suas raízes, Aractingi conta toda sua história neste documentário.
1982
A grande força de 1982 é o retrato de uma linha imaginária de demarcação entre dois mundos (o mundo adulto e o das crianças): uma fronteira que separa aqueles que conhecem a verdade daqueles que alegremente desconhecem a gravidade da situação; uma linha traçada por adultos na tentativa de proteger os jovens. Por um lado, representando o mundo infantil, temos Wissam, enquanto a porta-voz do universo adulto é a sua professora, notavelmente encarnada pela cineasta e atriz libanesa Nadine Labaki (Cafarnaum, Para Onde Vamos Agora?, Caramelo). Apesar do espírito político e anti-guerra de 1982, este não é um thriller de conflito militar. 1982 é um hino à inocência da infância, defendendo a maneira inesperada como esta se manifesta durante um dos momentos mais terríveis da história do Líbano.
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Publicado originalmente em Anba
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