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Líbano não consegue eleger um presidente pela terceira vez em meio ao colapso fiscal

Urna utilizada para as eleições presidenciais no Líbano, instalada no parlamento em Beirute, em 28 de setembro de 2022 [Houssam Shbaro/Agência Anadolu]

O parlamento libanês fracassou pela terceira vez em escolher um novo presidente da república, nesta quinta-feira (20). O país parece mergulhar cada vez mais em um impasse institucional em meio à persistente e profunda crise financeira.

As informações são da agência de notícias Reuters.

O mandato do presidente Michel Aoun expira em 31 de outubro. No entanto, a divisão entre os blocos políticos sobre a composição de um novo gabinete não parece ter fim.

O estado libanês não desfruta de um governo funcional desde maio. Além disso, desde a guerra civil, entre 1975 e 1990, a presidência caiu vacante em diversas ocasiões.

O colapso fiscal do país levantino desvalorizou a moeda em mais de 90%, propagou a pobreza e a miséria, paralisou o sistema financeiro e congelou as poupanças da população civil. A crise – descrita pelo Banco Mundial como uma das piores da Era Moderna – reflete o maior período de instabilidade no Líbano desde a guerra civil.

Um total de 119 dos 128 parlamentares se reuniu nesta quinta-feira por somente meia hora. As regras eleitorais requerem dois-terços do quórum, de modo a impedir que um único partido ou aliança imponha seus arbítrios. O primeiro turno demanda dois-terços dos votos para consagrar um novo chefe de estado; caso a tramitação prossiga, basta metade dos votos.

A sessão de quinta-feira contou com 55 votos nulos, 42 votos para Michel Mouawad – opositor do movimento Hezbollah –, e o restante para candidatos dispersos ou mesmo slogans políticos. Um dos votos aludiu à escolha de um “ditador benevolente”.

O presidente do parlamento Nabih Berri marcou a próxima sessão para 24 de outubro.

Ao antever o vácuo de poder, políticos tradicionais se mobilizaram para consentir com um novo gabinete liderado pelo premiê sunita Najib Mikati – que serve atualmente em caráter provisório –, a quem os poderes presidenciais seriam passados no período de vacância.

Contudo, o veemente impasse pode deixar o país tanto sem presidente quanto sem gabinete.

Potências estrangeiras – como Estados Unidos e União Europeia – reafirmaram seus apelos para que as eleições presidenciais não sejam proteladas.

LEIA: Parlamento do Líbano fracassa em escolher novo presidente

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