Em outubro, Daniel participou de um protesto em frente à embaixada do Sudão do Sul contra a piora nas condições de vida dos estudantes em sua universidade, no Egito, quando foi preso por agentes de segurança do regime militar.
O protesto sit-in foi pacífico, mas os manifestantes foram encarcerados sem comida, água e luz elétrica por criticarem o governo em Juba pela indiferença a suas reivindicações.
Estudantes estrangeiros receberam a promessa de bolsa integral; entretanto, foram informados posteriormente que teriam de pagar por suas acomodações nos campi. Alguns foram agredidos pelas forças policiais; ao menos dez foram presos e deportados.
Na ocasião, o paradeiro dos presos não foi revelado e um manifestante confirmou ferimentos e falta de informações subsequentes sobre cuidados médicos adequados.
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Daniel observou ao jornal Sudan Post que sua cela não lhe permitiu sequer se sentar ou dormir por 21 dias, resultando em grave inchaço nas pernas. Além disso, seu telefone e US$125 foram roubados pelos agentes de segurança.
É notório que os serviços de segurança do Egito costumam torturar presos políticos sob vários métodos, incluindo espancamento, choques elétricos, posições de estresse e estupro. Há hoje cerca de 60 mil presos políticos no país, em condições hediondas e impedidos de receber visitas de seus familiares.
Em 2020, o governo do presidente e general Abdel Fattah el-Sisi firmou um protocolo com Juba para conceder bolas de graduação e pós-graduação a 400 cidadãos sul-sudaneses, com objetivo de fortalecer os laços diplomáticos entre os países.