Manifestantes no Irã atearam fogo à casa do fundador da República Islâmica, o aiatolá Khomeini, dois meses após o início do movimento de protesto contra o regime, segundo fotos divulgadas na sexta-feira.
Imagens divulgadas nas redes sociais, verificadas pela AFP, mostram um incêndio na casa da cidade de Khomein, na província ocidental de Markazi, na noite de quinta-feira, enquanto uma multidão de manifestantes comemorava.
Acredita-se que Khomeini tenha nascido nesta casa, tornando-se um clérigo que repetidamente criticou o xá Reza Pahlavi, apoiado por Washington. Ele partiu para o exílio para depois retornar vitorioso da França para liderar a revolução islâmica.
Khomeini morreu em 1989, mas continua sendo uma figura simbólica influente para a liderança religiosa de seu sucessor, o aiatolá Ali Khamenei.
A casa foi posteriormente convertida em um museu para comemorar Khomeini. Não está claro quanto dano sofreu devido ao incêndio.
Os protestos foram desencadeados pela morte de Mahsa Amini, que morreu após ser detida pela polícia moral. Os protestos representam o maior desafio popular aos líderes do Irã desde a revolução de 1979.
Os protestos, alimentados pela raiva pela imposição do lenço de cabeça às mulheres por Khomeini, se transformaram em um movimento pedindo a derrubada completa da República Islâmica.
Os manifestantes queimaram ou desfiguraram repetidamente retratos de Khomeini, quebrando tabus na República Islâmica, que ainda comemora sua morte todo mês de junho.
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