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Marrocos reescreve história e junta-se a favoritos na disputa pela Copa do Mundo

Jogadores do Marrocos celebram classificação para as quartas de final da Copa do Mundo FIFA após vencer a Espanha, no Estádio Cidade da Educação, em al-Rayyan, Catar, 6 de dezembro de 2022 [Serhat Cagdas/Agência Anadolu]
Jogadores do Marrocos celebram classificação para as quartas de final da Copa do Mundo FIFA após vencer a Espanha, no Estádio Cidade da Educação, em al-Rayyan, Catar, 6 de dezembro de 2022 [Serhat Cagdas/Agência Anadolu]

Conforme se aproxima a reta final da corrida pela maior premiação do futebol mundial, as oito nações restantes reúnem favoritos absolutos, salvo uma zebra bastante celebrada: a seleção de futebol do Marrocos.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

A Copa do Mundo FIFA de 2022, realizada no Catar, trouxe zebras inacreditáveis, como a vitória da Arábia Saudita contra a Argentina, no primeiro jogo da fase de grupos, e da Tunísia contra a antiga metrópole e atual campeã França, na despedida da seleção árabe do torneio.

Na fase de grupos, o Marrocos venceu o Canadá e a favorita Bélgica – até então, segundo lugar no ranking mundial da Federação Internacional de Futebol (FIFA). Diante da experiente Croácia, a seleção marroquina conquistou um empate aguerrido.

LEIA: Marrocos bate Espanha nos pênaltis e se classifica paras as quartas da Copa

Os norte-africanos fizeram o inimaginável e eliminaram também a poderosa Espanha – campeã mundial em 2010, que começou sua campanha com uma goleada por 7×0 contra a Costa Rica. A disputa com o Marrocos, pelas oitavas de final, se encerrou nos pênaltis, em um momento que povoará por décadas o imaginário da Copa do Mundo.

Com sua confiante cavadinha, na noite de terça-feira (6), Achraf Hakimi reescreveu a história do futebol mundial, ao tornar o Marrocos a primeira seleção árabe a chegar às quartas de final de uma Copa do Mundo.

A equipe conhecida como Leões de Atlas deu orgulho a todos os africanos, ao tornar-se ainda o primeiro time do continente a passar das oitavas, desde a campanha histórica de Gana 12 anos atrás, durante o campeonato realizado na África do Sul.

Antes de Gana, somente Senegal e Camarões chegaram às quartas, mas nenhum time da África jamais passou às semifinais. A seleção marroquina, portanto, espera continuar a fazer história.

Hakimi não foi, de maneira alguma, a única estrela da noite inesquecível do Marrocos.

Seu momento de coroação ocorreu após Abdelhamid Sabiri e Hakim Ziyech pontuarem contra o goleiro espanhol Unai Símon, com notável desenvoltura. Do outro lado, o goleiro marroquino Yassine Bounou gravou seu nome na história ao defender dois dos três pênaltis perdidos pelos aclamados jogadores da Europa.

Para chegar às semifinais, o Marrocos tem de passar por Portugal, que vive uma excelente fase após golear por 6×1 a célebre zaga da seleção suíça. Quem passar, enfrenta o vencedor de França e Inglaterra, ambas favoritíssimas que venceram de modo cirúrgico seus oponentes nas oitavas: respectivamente Polônia e Senegal.

Do outro lado da chave, a Holanda vive o árduo desafio de parar um inspirado Lionel Messi, na seleção da Argentina, enquanto a Croácia, vice-campeã na Copa do Mundo da Rússia, em 2018, enfrenta um Brasil que voltou a encantar com a bola nos pés. Os jogadores brasileiros fizeram alguns dos gols mais bonitos da Copa do Mundo – junto de sua alegre celebração.

Espanha fracassa nos pênaltis

Embora doloroso perder para o Marrocos, a Espanha não é estranha a derrotas desoladoras nas penalidades máximas. Em julho do último ano, a seleção espanhola tropeçou contra a Itália nas semifinais do Campeonato Europeu de Futebol (Euro 2020), ao perder por 4×2 nos pênaltis.

Apesar de vencer a Euro 2020, a seleção italiana, tetracampeã do mundo, sequer se classificou à Copa do Mundo no Catar, pela segunda vez consecutiva.

Em Copas do Mundo, há quatro derrotas espanholas após persistente empate no tempo normal e nos dois períodos de prorrogação: em 1986, contra a Bélgica; em 2002, contra a Coreia do Sul; em 2018, contra a Rússia; e em 2022, contra o Marrocos.

A derrota para sua antiga colônia norte-africana, no entanto, é única por ser a primeira ocasião em que a Espanha perdeu nos pênaltis, em uma Copa do Mundo, sem pontuar uma única vez.

Futebol japonês conquista corações

A chegada do Japão nas oitavas de final não foi nada menos que espetacular. Após ser sorteado no mesmo grupo da campeã Espanha e da tetracampeã Alemanha, a possibilidade de a popular seleção asiática avançar no torneio parecia distante.

O técnico Hajime Moriyasu e seus jogadores, porém, não cederam e conquistaram duas viradas emocionantes contra as favoritas. Os Samurais Azuis terminaram em primeiro lugar do Grupo E, seguido pela Espanha. A Alemanha voltou para a casa.

Além da performance em campo, os criativos e sempre polidos torcedores japoneses também deixaram sua marca no Catar.

Após todas as partidas, seja com vitória ou derrota, os fãs japoneses se tornaram célebres por recolher o lixo dos estádios, um gesto que viralizou nas redes sociais.

O Japão, não obstante, também foi eliminado de maneira constrangedora nos pênaltis, após um empate arrastado contra os croatas.

A luta pela Bola de Ouro

A caminho das quartas de final, nesta sexta-feira e sábado, 9 e 10 de dezembro, o francês Kylian Mbappé lidera a corrida pela Chuteira de Ouro, o prêmio de artilharia da FIFA. A sensação de 23 anos tem cinco gols em quatro partidas, dois à frente dos rivais mais próximos.

Lionel Messi (Argentina), Richarlison (Brasil), Gonçalo Ramos (Portugal), Olivier Giroud (França), Cody Gakpo (Holanda), Bukayo Saka e Marcus Rashford (ambos, Inglaterra) têm três gols cada. Ramos entrou na disputa em apenas um jogo e surpreendeu a todos.

Gonçalo Ramos, centroavante do time espanhol Benfica, de apenas 21 anos, substituiu o craque e capitão português Cristiano Ronaldo na partida contra a obstinada defesa suíça e fez justiça à escolha pouco ortodoxa do carrancudo treinador Fernando Santos.

LEIA: A Copa do Mundo e a visão do Ocidente sobre o Oriente

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