O Ministro de Segurança Nacional de Israel Itamar Ben-Gvir – notório por posições de extrema-direita – abusou da autoridade de seu cargo ao ordenar a polícia a reprimir manifestações civis contra o governo, sobretudo nas estradas, reportou a imprensa local nesta quarta-feira (11).
“Eu sou a favor dos protestos, mas quem quer que bloqueie estradas e perca o controle precisa ser preso”, declarou Ben-Gvir durante encontro de seu partido Otzma Yehudit (Poder Judeu) no Knesset (parlamento israelense).
A imprensa advertiu que a recente legislação que concedeu a Ben-Gvir autoridade sobre uso da força não atribui ao ministro comando direto do contingente policial. O ministério pode instruir políticas gerais – poderes aquém dos ambicionados por Ben-Gvir. A lei não menciona comando em operações do dia a dia.
Segundo a rede Arabs48, a versão em hebraico do Times of Israel alertou que a ordem “torna a polícia em ferramenta de governo a ser usada contra opositores”.
O Partido Trabalhista registrou uma queixa contra o ministro na Suprema Corte, ao acusá-lo de “formar uma agência de polícia política a seu serviço, para encarcerar manifestantes e suprimir a liberdade de expressão”.
O recurso argumentou ainda que as emendas à lei “tornam Israel em um estado policial, onde a polícia é força armada a serviço de certos políticos” – denúncia feita há décadas por palestinos sob ocupação militar.
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Outro ministro de ultradireita, Zvika Fogel, pediu a prisão de opositores e dois ex-congressistas, nesta semana. Os receios sionistas se referem à imagem mundial do Estado de Israel perante a ascensão da extrema-direita em sua arena política, ao contrapor na prática a alegação de “única democracia no Oriente Médio”
O colunista do MEMO Ranzy Baroud, entre outros pesquisadores e ativistas, contudo, indagam se Israel, em algum momento de sua história, foi de fato uma democracia.