A Arábia Saudita planeja usar urânio encontrado em fontes domésticas para alimentar avanços em sua indústria de energia atômica, confirmou nesta quarta-feira (11) o príncipe Abdulaziz bin Salman, ministro da pasta energética, segundo informações da agência Reuters.
O príncipe insistiu que a recente exploração do setor comprovou um portfólio diverso de urânio no estado árabe do Golfo – o maior exportador de petróleo do mundo.
A Arábia Saudita deseja expandir seu programa nuclear nascente para incluir, eventualmente, o enriquecimento de urânio – medida sensível dada seu papel na fabricação de armas atômicas. Riad, no entanto, alega desejar apenas diversificar suas fontes de energia.
Em 2018, o príncipe herdeiro e governante de facto Mohammed bin Salman alertou que o reino desenvolveria armamentos nucleares caso seu maior rival regional, o Irã, assim o fizesse.
“A monarquia pretende utilizar seus recursos nacionais de urânio, incluindo esforços conjuntos com parceiros dispostos, segundo acordos internacionais e padrões de transparência”, declarou Abdulaziz bin Salman, ao prometer uso civil.
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Durante fórum da indústria mineradora em Riad, o príncipe afirmou que os planos envolveriam “todo o ciclo energético, incluindo bolo amarelo, urânio fracamente enriquecido e produção de combustível nuclear, tanto para uso nacional quanto, é claro, para exportação”.
Os Emirados Árabes Unidos têm a primeira usina atômica com várias unidades em operação no mundo árabe. O governo local alega compromisso em enriquecer urânio para uso próprio.
Reatores precisam de urânio enriquecido a 5% de pureza; a mesma tecnologia, porém, pode ser utilizada para enriquecer o metal pesado a níveis armamentistas.
A questão repousa no âmago da apreensão de potências ocidentais e parceiros regionais sobre o programa nuclear iraniano, que levou ao acordo internacional assinado em 2015, para limitar o enriquecimento de urânio a 3.67% em troca da revogação de sanções.
O pacto foi abandonado pelo então presidente dos Estados Unidos Donald Trump em 2018. Seu sucessor, Joe Biden, tenta reaver o acordo conforme promessa de campanha, mas negociações permanecem paralisadas desde setembro.
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