A Organização Meteorológica Mundial, OMM, confirmou nesta quinta-feira (12) que os últimos oito anos foram os mais quentes já registrados globalmente.
O aquecimento foi causado por concentrações cada vez maiores de gases de efeito estufa e acumulação de calor.
Impacto do La Niña
No ano passado, a temperatura média global foi cerca de 1,15 °C acima dos níveis pré-industriais, fazendo com o que 2022 fosse o 8º consecutivo em que as temperaturas globais anuais atingiram pelo menos 1°C acima dos níveis pré-industriais.
Sendo assim, o período de 2015 a 2022 é considerado o mais quente já registrado. Com isso, aumenta a probabilidade de, temporariamente, ser rompido o limite de 1,5°C do Acordo de Paris.
De acordo com a OMM, devido ao fenômeno de resfriamento La Niña, agora em seu terceiro ano, 2022 não foi o período mais quente já registrado, mas é o quinto ou sexto mais quente.
Entretanto, esse impacto de resfriamento será de curta duração e não reverterá a tendência de aquecimento de longo prazo causada por níveis recordes de gases de efeito estufa que retêm o calor em nossa atmosfera. O La Niña deve continuar até março de 2023.
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Desde a década de 1980, cada década tem sido mais quente que a anterior. A previsão é que a tendência continue. Os anos de 2016, 2019 e 2020 são os três mais quentes já registrados. O fenômeno El Niño, excepcionalmente forte, ocorreu em 2016, o que contribuiu para temperaturas globais recordes.
A OMM destaca que as diferenças de temperatura entre o 4º e o 8º ano mais quente são relativamente pequenas”.
Desastres climáticos
A previsão é que o aquecimento global e outras tendências de mudança climática de longo prazo continuem devido aos níveis recordes de gases de efeito estufa na atmosfera.
Ondas de calor extremas, secas e inundações devastadoras afetaram milhões e custaram bilhões este ano, de acordo com o relatório provisório Estado do Clima Global em 2022. No final de dezembro, fortes tempestades afetaram grandes áreas da América do Norte. Ventos fortes, neve pesada e baixas temperaturas levaram a perturbações generalizadas no leste. Chuvas fortes, neve nas montanhas e inundações afetaram áreas no oeste.
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, lembra os vários desastres climáticos de 2022, que destruíram vidas e meios de subsistência, prejudicando a segurança e a infraestrutura da saúde, alimentação, energia e água.
Grandes áreas do Paquistão foram inundadas, com grandes perdas econômicas e mortes. Ondas de calor recorde foram observadas na China, Europa, América do Norte e América do Sul. Ele lembrou ainda da longa seca no Chifre da África, que ameaça se tornar uma catástrofe humanitária.
Alertas precoce
Petteri Taalas alerta que há uma necessidade de aumentar a preparação para tais eventos extremos e garantir que a meta da ONU seja alcançada de alertas prévios para todos nos próximos cinco anos.
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Atualmente, apenas metade dos 193 Estados-membros da organização têm serviços de alerta precoce adequados, o que leva a perdas econômicas e humanas muito maiores. Também existem grandes lacunas nas observações meteorológicas básicas na África e nos estados insulares, o que tem um grande impacto negativo na qualidade das previsões meteorológicas.
Publicado originalmente em ONU News