Autoridades israelenses deportaram a ativista italiana Stefania Constantin (52), detida durante uma operação militar no campo de refugiados de Dheisheh, na região de Belém, na Cisjordânia ocupada, que incorreu na invasão da casa de um jornalista palestino aprisionado.
A prisão de Stefania se deu ainda na madrugada desta segunda-feira (16).
O serviço de segurança interna de Israel, Shin Bet, alegou: “Constantin entrou em Israel em 2 de maio de 2022 com um visto de turismo e passou a maior parte de seu tempo nos territórios da Autoridade Palestina. Ela excedeu o prazo de seu visto e foi deportada do país”.
O Ministério do Interior confirmou a extradição, na tarde de segunda, após interrogatório.
A polícia israelense, no entanto, acusou Stefania de integrar a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), ao convocá-la para prestar depoimento em setembro. Conforme o Shin Bet, a ativista não respondeu ao chamado e manteve suas atividades junto à organização.
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“Por tais razões, ela foi presa em 16 de janeiro para interrogatório”, insistiu o Shin Bet. “Ao fim da investigação, foi transferida ao Ministério do Interior, que decidiu deportá-la”.
Stefania denuncia as forças israelenses por agredi-la e “atirá-la no chão”, quando foi presa. Seu relato aponta a presença de ao menos 20 soldados na casa que a hospedava. De Pisa, afirmou a ativista à rede AFP: “Tentei reagir e eles me bateram bastante”.
O consulado italiano em Jerusalém não comentou o caso. Porém, confirmou que o Ministro de Relações Exteriores da Itália Antonio Tajani conversou por telefone com seu homólogo sionista, Eli Cohen. Nenhum dos dois mencionou Stefania.
Há semanas, Israel intensifica suas operações militares na Cisjordânia. Desde o início do ano, ao menos 15 palestinos foram mortos por forças israelenses, incluindo quatro crianças.