Os Estados Unidos esperam que Israel, sob acordo de isenção de vistos entre ambos os aliados, permitam salvo-conduto a palestino-americanos que planejam visitar a Cisjordânia ocupada. As informações foram corroboradas por Thomas Nides, embaixador americano no estado sionista, em declaração obtida pela agência Reuters.
A Cisjordânia vive um surto de violência, devido a agressões coloniais e operações militares da ocupação, em particular, no último ano. O território palestino, reivindicado a um futuro estado, é repleto de checkpoints israelenses, além de patrulhas e assentamentos ilegais.
Nides afirmou aguardar o anúncio de que o número de solicitações israelenses indeferidas para vistos nos Estados Unidos tenha permanecido em 3% ou menos, índice requerido para firmar o acordo. Israel deve então ratificar também o novo pacto.
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No entanto, insistiu Nides: “É preciso clareza sobre a reciprocidade. Reciprocidade significa que palestino-americanos consigam viajar livremente de Detroit ao aeroporto Ben-Gurion, e então a Ramallah. Do mesmo modo, que americanos radicados em Ramallah possam ir da cidade a Ben-Gurion e então de volta a Detroit”.
“Assim que tivermos todas essas peças encaixadas, espero, israelenses não terão de esperar na fila para obter um visto de turismo e poderão, portanto, viajar livremente aos Estados Unidos”, acrescentou o diplomata.
Questionado sobre provisões especiais de Tel Aviv para que palestino-americanos passem pelos checkpoints israelenses, declarou um porta-voz do exército: “Não temos nenhuma novidade”.
Em estimativa baseada no censo americano, a Fundação do Instituto Árabe-americano calculou que o número de americanos com raízes palestinas está entre 122.500 e 220 mil.
O Escritório de Assuntos Palestinos da Embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, contudo, não respondeu à Reuters sobre o número de palestino-americanos radicados na Cisjordânia.
Nos bastidores, oficiais americanos calculam dezenas de milhares de pessoas. A Cisjordânia tem um total de 3.2 milhões de pessoas, segundo censo de Ramallah.
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Em entrevista à rádio Ynet News, Nides não mencionou qualquer arranjo de viagens à Faixa de Gaza sitiada – território do qual Israel saiu em 2005, governado pelo Hamas, agora mantido sob severo cerco militar estabelecido pelo regime sionista em parceria com o Egito.
Há algumas centenas de palestino-americanos em Gaza, segundo relatos independentes.