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Microsoft aponta Irã por trás do hackeamento de dados da revista Charlie Hebdo

Ataque cibernético, 19 de setembro de 2019 [Reuters/Kacper Pempel]

Uma equipe de hackers iranianos supostamente teria  roubado e vazado dados pessoais de clientes da revista satírica francesa, Charlie Hebdo,disseram  pesquisadores de segurança da Microsoft na sexta-feira (03), informa a Reuters.

A sede da publicação foi invadida no início de janeiro, depois de divulgar uma série de charge  que retratavam negativamente o líder supremo do Irã, ayatollah khamenei. As caricaturas fizeram parte de uma campanha da mídia que Charlie Hebdo disse ser destinada a apoiar protestos antigovernamentais na nação islâmica.

Os representantes dos governos iranianos e franceses não responderam imediatamente aos pedidos de comentários. Um agente de imprensa de Charlie Hebdo disse que a revista não comentou o assunto “por um momento”. Iran prometeu publicamente uma “resposta eficaz” aos desenhos considerados “insultos” e convocou o embaixador francês em Teerã, além de encerrarr as atividades do Instituto francês de pesquisa no Irã, dizendo que estava reavaliando as atividades culturais da França no país.

Hackear e o Charlie Hebdo fazia parte de uma operação de influência digital mais ampla, com técnicas atribuídas a  equipes de hackers apoiadas pelo Estado iraniano, disseram pesquisadores da Microsoft. O grupo responsável seria o mesmo que os funcionários do Departamento de Justiça dos EUA identificaram anteriormente como tendo conduzido uma “campanha multifacetada” para interferir nas eleições presidenciais dos EUA em 2020, disse a Microsoft. O Irã negou as reivindicações na época.

ASSISTA: Irã rechaça caricaturas de Ali Khamenei da revista Charlie Hebdo

Em meio a críticas do Irã aos charges de Khamenei, um grupo de hackers que se chama de “Santo Souls” postou em um fórum on -line que eles tinham acesso aos nomes e detalhes de contato de mais de 200.000 assinantes de Charlie Hebdo. Em seu post, eles disseram que venderiam as informações por 20 Bitcoins (US$ 470.000).

Uma amostra dos dados vazados foi posteriormente divulgada e verificada como autêntica pelo jornal francês Le Monde.

“Esta informação, obtida pelo ator iraniano, poderia colocar os assinantes da revista em risco de perseguição  online ou física por organizações extremistas”, disseram os pesquisadores da Microsoft.

Para ampliar sua operação, os hackers iranianos usaram contas do Twitter com identidades falsas ou roubadas para criticar os desenhos animados de Khamenei. Duas contas falsas representando um editor de Charlie Hebdo e um executivo de tecnologia também postaram os dados vazados antes que o Twitter os banisse, disse a Microsoft.

LEIA: Irã impõe sanções a Europa e Reino Unido como retaliação direta

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