Reagindo ao violento ataque de colonos na aldeia ocupada de Huwara, na Cisjordânia, na semana passada, a Anistia Internacional disse que “a impunidade reina para os perpetradores da violência dos colonos” contra os palestinos.
“Sob o sistema de apartheid de Israel, a impunidade reina”, disse a diretora da organização para o Oriente Médio e Norte da África (MENA, na sigla usual em inglês), Heba Morayef.
“Apesar da intensidade e escala dos ataques de domingo, que resultaram em um palestino morto e quase 400 feridos, e apesar de uma rara demonstração internacional de condenação da violência dos colonos, a polícia israelense libertou ontem seis suspeitos que foram presos em conexão com o ataques”, disse Morayef. “Enquanto isso, outros dois receberam ordens de detenção administrativa, que violam o direito internacional.”
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“As autoridades israelenses há muito permitem e incitam ataques de colonos contra palestinos e, em alguns casos, soldados participaram diretamente”, continuou ela, enfatizando que “a violência de colonos apoiada pelo Estado é endêmica na Cisjordânia ocupada”.
Morayef acrescentou: “Cidades e vilarejos como Huwara, que foi o epicentro dos ataques de domingo, são alvos frequentes porque estão cercados por assentamentos ilegais”.
Na noite de domingo, 26 de fevereiro, centenas de colonos israelenses apoiados pelo Estado realizaram uma série de ataques contra palestinos na província de Nablus, na Cisjordânia ocupada, inclusive na cidade de Huwara e nas aldeias próximas Burin, Assira Al-Qibliya , Beit Furik, Za’tara e Beita.
Os colonos incendiaram dezenas de carros, casas e pomares palestinos e agrediram palestinos fisicamente, inclusive com barras de metal e pedras. Autoridades israelenses, incluindo ministros e membros do Knesset, pediram que Huwara fosse “eliminado“.