O movimento palestino Hamas enfatizou nesta segunda-feira (10) que a invasão de milhares de colonos israelenses no Monte Abu Subaih, na aldeia de Beita, ao sul de Nablus, na Cisjordânia ocupada, não legitima seu assentamento ilegal.
Em nota, Mousa Abu Marzouq, líder político do Hamas, advertiu: “O que foi construído sobre falsidade, extorsão e ocupação permanecerá ilegítimo e ilegal”.
A declaração de Abu Marzouq sucedeu uma marcha de milhares de colonos filiados a grupos de direita e extrema-direita, junto com ministros do governo israelense de Benjamin Netanyahu, ao posto avançado ilegal de Evyatar, no topo do Monte Abu Subaih.
Segundo Abu Marzouq, permitir essa marcha “provocativa” e dar-lhe escolta militar em meio às tensões em curso é “obstinar-se na perpetuação da escalada”. Com efeito, o político palestino responsabilizou Israel por quaisquer consequências em potencial.
Abu Marzouq destacou que qualquer resposta palestina à provocação “seria legítima devido ao enorme dano infligido aos palestinos na área, após colonos lhes roubarem recursos e riquezas”.
O líder do Hamas insistiu que a marcha representa “uma bofetada na cara de todos os esforços regionais e internacionais para desescalar a situação”.
A marcha dos colonos, prosseguiu Abu Marzouq, “deu à resistência palestina um incentivo para manter a mão no gatilho e estar sempre pronta para enfrentar os crimes hediondos cometidos pela ocupação israelense”.
A organização israelense de esquerda Yesh Din denunciou a marcha a Abu Subaih como “ato de supremacistas judaicos”, com intuito de antagonizar os nativos palestinos.
“Enquanto os residentes dos territórios palestinos permanecem sujeitos a um bloqueio, colonos em massa marcham para fincar a bandeira de uma ideologia de expropriação e pilhagem sobre suas terras”, disse a organização.
“A participação de ministros na marcha de hoje apenas alimenta ainda mais o fogo que varre os territórios ocupados, quando as maiores vítimas são, como de costume, os próprios palestinos”, concluiu o comunicado.
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