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Guterres condena violência no Sudão e pede apoio da região para reduzir tensão

Secretário-geral da ONU, António Guterres [Mark Garten /ONU]

O secretário-geral das Nações Unidas condenou a violência iniciada, neste sábado, no Sudão entre tropas do Exército do país e paramilitares das Forças de Apoio Rápido, RSF.

António Guterres pediu aos países-membros da ONU que apoiem os esforços para restaurar a paz na nação africana.

Diálogo para resolver a crise

Os combates começaram na manhã deste sábado, horário local, na capital Cartum.

O chefe da ONU pediu aos líderes de ambos os lados que cessem a violência, restaurem a calma e iniciem um diálogo para resolver a crise.

Para Guterres, qualquer escalada da violência levará a um impacto arrasador sobre os civis agravando a situação humanitária, que já é bastante precária.

Ele disse que os países da região precisam ajudar a acalmar a situação e a restaurar a a transição democrática na direção de um futuro pacífico e seguro.

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Segundo agências de notícias, com a violência deste sábado, houve troca de tiros, explosões e voos rasantes de aviões de combate. O aeroporto da capital foi fechado para pousos e decolagens, uma vez que o local estaria sob controle das RSF. Outras partes fora da capital também estariam sendo alvo dos choques.

Um terço da população precisa de ajuda

Em nota, o representante especial do secretário-geral da ONU e chefe da Missão Integrada de Transição das Nações Unidas no país, Unitams, condenou os incidentes e pediu calma.

Volker Perthes entrou em contato com ambas as partes dizendo que era preciso evitar mais violência e proteger os sudaneses.

Ele pediu a ambos os lados que parem imediatamente com os combates.

Em sua conta numa rede social, o chefe de Assistência Humanitária da ONU, Martin Griffiths, disse que está muito preocupado com o Sudão, uma vez que um terço da população depende de auxílio para sobreviver, e mais violência só pioraria a situação.

Agências de notícias informam que a tensão pode ter se intensificado após o fracasso, na semana passada, para se chegar a um acordo para um governo de transição liderado por civis.

Desde a saída do presidente Omar al-Bashir do poder em 2019, o Sudão vem atravessando uma onda de instabilidade política.

Golpe militar em 2021

Logo depois, foi formado um governo conjunto entre civis e militares, mas o arranjo foi desfeito com um golpe militar em 2021.

No momento, dois generais disputam influência política, o comandante do Exército sudanês, general Abdel Fattah Al-Burhan, e o líder da RSF, general Mohamed Hamdan Dagalo, que controla uma força paramilitar de 100 mil integrantes.

As RSF nasceram das milícias Janjaweed, que permanecem na ativa na região de Darfur. O grupo tem participado de conversações sobre a transição para um governo civil que substituiria o regime militar, no controle do país desde 2021.

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A integração dos paramilitares nas Forças Armadas tem sido um dos pontos dessas discussões como parte de um acordo político, apoiado pela ONU, alcançado em fevereiro, após meses de negociação. Veja o acordo em inglês: political agreement

Em 20 de março, durante uma reunião com o Conselho de Segurança, o representante especial da ONU, Volker Perthes, alertou sobre o aumento das tensões entre o Exército e as RSF e pediu moderação.

Publicado originalmente em ONU News

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