O Ministério das Relações Exteriores do Sudão afirmou que os confrontos armados entre o exército e as Forças de Suporte Rápido são um assunto interno que deve ser resolvido pelo povo sudanês, sem interferência internacional.
Em comunicado divulgado ontem (17), o ministério disse que o comandante do exército, Abdel Fattah al-Burhan, ordenou a dissolução das Forças de Suporte Rápido, ao descrevê-las como “grupo rebelde”.
Apesar da recusa, Cartum alegou apreciar os esforços de mediação dos países árabes e africanos e da comunidade internacional para ajudar a estabilizar a situação no país.
O Ministério das Relações Exteriores insistiu que os “eventos infelizes” deflagrados no sábado (15) “resultaram da rebelião das Forças de Suporte Rápido contra as Forças Armadas em vários locais da capital e algumas outras cidades, após ataque à residência do chefe do Conselho Soberano de Transição na casa vizinha ao Comando Geral das Forças Armadas”.
O ministério observou que o ataque ocorreu no mesmo dia da reunião programada entre o presidente do Conselho Soberano e comandante-em-chefe, Abdel Fattah al-Burhan, e seu vice e comandante das Forças de Suporte Rápido, Mohamed Hamdan Dagalo – “o que indica má intenção por parte de seu grupo”.
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“Consequentemente, as Forças Armadas responderam para conter o ataque e expulsar as Forças de Suporte Rápido dos arredores do Comando Geral, bem como de outros quartéis que os rebeldes tentaram tomar, como o palácio presidencial, o aeroporto de Cartum e a sede da Corporação de Rádio e Televisão”, prosseguiu a nota.
O comunicado do ministério também indicou que todas as mediações nacionais, regionais e internacionais que buscaram persuadir Dagalo a se integrar às Forças Armadas fracassaram devido à “intransigência” do grupo paramilitar.
Na segunda-feira, a Autoridade Intergovernamental para Desenvolvimento (IGAD) decidiu enviar os presidentes do Quênia, William Ruto, do Sudão do Sul, Salva Kiir, e de Djibuti, Ismail Omar Guelleh, ao Sudão para tentar reconciliar os grupos.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e seu homólogo britânico, James Cleverly, pediram um “cessar-fogo imediato” e retorno a negociações pacíficas.
O Egito afirmou estar disposto a desempenhar o papel de mediador.
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