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Apoio a facções rivais em confronto divide família sudanesa

Confrontos entre as Forças Armadas e as Forças de Suporte Rápido do Sudão, na capital Cartum, em 20 de abril de 2023 [Stringer/Agência Anadolu]

O Sudão voltou a implodir neste mês de abril, em meio a conflitos armados entre facções rivais. Neste contexto, a família de Mohamed Jally, na vasta região árida de Darfur, também se dividiu em dois, com um irmão lutando de cada lado da guerra.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Os irmãos não compartilham no momento o campo de batalha, mas Jally teme que o confronto entre as Forças Armadas e as Forças de Suporte Rápido (FSR) – coalizão paramilitar vinculada ao regime de transição – eventualmente os coloque um contra o outro.

“É definitivamente uma sensação horrível ter um de meus irmãos do lado do exército e outro do lado das Forças de Suporte Rápido, ambos na linha de frente”, declarou Jally, que trabalha como bancário. “Peço a Deus que os proteja até que a guerra acabe e consigam voltar para nós”.

Jally expressou seu ódio à guerra, que eclodiu subitamente em 15 de abril.

As facções rivais passaram a compartilhar o poder após o golpe de 2021; contudo, divergências se agravaram no primeiro trimestre deste ano, em torno da transição política e da integração do grupo paramilitar às forças regulares.

As Forças de Suporte Rápido têm origem nas milícias “Janjaweed”, que lutaram no confronto de Darfur entre 2003 e 2020, período no qual 300 mil pessoas morreram. A coalizão armada ainda ainda recruta combatentes em toda a região.

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Além de se preocupar com os irmãos, a família teme pelo pai doente, particularmente afetado pelas notícias.

Mosaab Jally estava com o exército em al-Fashaqa, região disputada na fronteira com a Etiópia, longe da capital. Em certo ponto, a família ouviu relatos de confrontos em al-Fashaqa; Mosaab, no entanto, fora enviado a outro lugar. Incomunicável, Mosaab ainda não sabe do nascimento de seu filho.

O outro irmão, Yacoub, está  na linha de frente das Forças de Suporte Rápido. Mohamed pediu ao irmão que ficasse longe da vanguarda, mas Yacoub insistiu que seria desonroso abandonar seus camaradas. Yacoub crê que suas ações são “patrióticas”, observou Mohamed.

No entanto, há muito pouco que a família pode fazer. “Peço a Deus que proteja os dois durante o conflito, no qual tenho tudo a perder”, compartilhou Mohamed nas redes sociais, ao declarar esperanças de que Mosaab, mesmo sob a violência, possa ter um vislumbre de uma boa notícia.

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