O Ministério de Assuntos dos Prisioneiros e Ex-prisioneiros de Gaza fez apelos por investigações internacionais sobre as circunstâncias da morte do prisioneiro Khader Adnan, de 45 anos, após 86 dias de greve de fome, mantido sob a custódia de Israel.
Conforme o comunicado, autoridades da ocupação impediram Khader de ver seu advogado ou sua família por dias, o que incita questionamentos sobre as condições de sua saúde e de seu eventual falecimento.
O sheikh Adnan foi declarado morto por Israel na manhã desta terça-feira (2), após quase três meses de greve de fome contra sua detenção administrativa – sem julgamento ou acusação.
Em nota, o ministério destacou que Adnan foi submetido a condições abusivas, de modo que a ocupação parece ter trabalhado deliberadamente para matá-lo. Adnan era membro sênior do movimento Jihad Islâmica.
Uma greve geral foi convocada em todas as províncias palestinas, tanto na Cisjordânia ocupada, quanto na Faixa de Gaza sitiada.
Pai de nove filhos, Adnan lançou sua greve de fome em 5 de fevereiro. Adnan “recusou passar por exames médicos ou receber tratamento”, afirmou o Serviço Penitenciário de Israel (SPI).
Khader Adnan residia em Jenin, norte da Cisjordânia. Foi preso 13 vezes por Israel e passou um total de oito anos atrás das grades. Adnan fez greve de fome um total de seis vezes. A primeira durou 25 dias, a segunda 67 dias e a terceira 58 dias.
Em 2018, entrou em greve de fome pela quarta vez contra sua detenção administrativa e passou 54 dias sem se alimentar. Em 2021, passou 25 dias em greve de fome. Dessa vez, aos 86 dias de protesto, não resistiu.
LEIA: Após 86 dias de greve de fome, palestino morre nas cadeias de Israel