Benny Gantz, ex-ministro da Defesa de Israel e líder do bloco oposicionista União Nacional, disse nesta segunda-feira (1°) que não houve qualquer avanço nas negociações sobre a proposta de reforma judicial do governo sionista, liderado por seu longevo rival, Benjamin Netanyahu.
As conversas são mediadas pelo presidente israelense Isaac Herzog.
Os lados trocam acusações de culpa sobre o impasse.
“As negociações não estão progredindo de modo algum, sobre qualquer matéria, em particular, sobre o chamado Comitê de Seleção Judicial”, declarou Gantz durante encontro de seu partido no parlamento (Knesset).
“Não permitiremos que políticos controlem a indicação de juízes porque isso equivale a instituir cortes políticas”, argumentou Gantz, ao prometer não ceder sobre a questão e acusar o governo de Netanyahu – réu por corrupção – de tentar subjugar a justiça.
Gantz alertou que as negociações têm prazo de validade, mas não impôs um cronograma.
Yair Lapid, líder da oposição e ex-premiê, acrescentou: “De nossa parte, faremos tudo em nosso poder para garantir que Israel permaneça uma democracia vibrante, com um sistema de justiça independente – sim, independente!”
“Em suma, um estado que os Estados Unidos podem chamar de amigo e aliado”, reiterou Lapid. Washington envia bilhões de dólares em ajuda financeira e militar a Israel, a despeito das ações ilegais do regime colonial contra os palestinos nativos.
Israel vive protestos de massa há meses sobre a reforma judicial de Netanyahu. Críticos alertam para um golpe institucional e declínio da “democracia”. O regime israelense, no entanto, já sofre erosão de sua imagem por segregar os palestinos, em atos equivalentes a apartheid.
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