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Naufrágio na Grécia deixa 300 paquistaneses mortos, estima Islamabad

Refugiados paquistaneses no porto de Dikili, na Grécia [Valerio Muscella/NurPhoto via Getty Images]

O Paquistão declarou um dia de luto pelos mais de 300 paquistaneses considerados mortos após uma embarcação de pesca carregada de refugiados naufragar no litoral grego. Setenta e cinco corpos foram recuperados até então; centenas continuam desaparecidos.

Mais de 750 passageiros do Egito, Síria, Palestina, Paquistão e outros países estavam a bordo. Conforme relatos, cada um pagou US$4.500 pela viagem.

De acordo com sobreviventes, paquistaneses – entre os quais, mulheres e crianças – foram segregados no porão, enquanto tripulantes de outras nacionalidades receberam permissão para subir ao convés.

O barco partiu da Líbia e recolheu passageiros no Egito, mas jamais chegou a seu destino, na costa italiana, ao naufragar nos mares da Grécia.

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Ylva Johannsson, comissária de Assuntos Domésticos da União Europeia, confirmou um aumento de 600% na saída de refugiados do leste da Líbia, desde janeiro.

Apesar de evidências contrárias, autoridades gregas e europeias negaram ciência dos riscos postos à embarcação superlotada. A rede Alarm Phone – linha direta para prestar socorro a refugiados no mar – confirmou que a Guarda Costeira da Grécia foi advertida sobre o barco horas antes do naufrágio.

Uma investigação da BBC descobriu que o barco ficou à deriva por sete horas antes de virar, o que contradiz a alegação grega de que seguia caminho à Itália.

A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu uma investigação independente sobre a tragédia e a demora em responder aos pedidos de resgate.

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Um sobrevivente afirmou que o naufrágio ocorreu após embarcações gregas tentarem rebocá-lo. Atenas também nega essa versão dos fatos.

Dunja Mijatovic, comissário do Conselho Europeu para Direitos Humanos, reiterou: “Estou chocado com o nível alarmante de leniência a graves violações de direitos humanos contra refugiados, migrantes e requerentes de asilo por todo o continente”.

“Em toda a Europa, devoluções à força de barcos à costa e mares internacionais, violência contra migrantes, privação do direito ao asilo e à assistência humanitária e assédio contra ativistas é amplamente documentada”, prosseguiu Mijatovic.

“O naufrágio da semana passada é mais uma lembrança de que, apesar dos alertas, a vida das pessoas no mar continua em risco pela falta de capacidade de resgate, coordenação e solidariedade, além da criminalização de ongs que salvam vidas”.

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