Nesta quarta-feira (28), a polícia da Suécia deu sua autorização a uma pequena manifestação na qual organizadores de extrema-direita prometem “rasgar e queimar” cópias do Alcorão, a ser realizada em frente a uma mesquita da capital Estocolmo.
O ato pode alimentar empecilhos à entrada do país escandinavo na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), às vésperas da reunião de cúpula da aliança armada.
As informações são da agência de notícias Reuters.
A Suécia precisa de unanimidade dos países-membros para se juntar ao grupo – incluindo o aval da Turquia. Todavia, protestos islamofóbicos, por um lado, e a favor dos direitos curdos, por outro, instigaram tensões entre as partes.
Apesar da polícia sueca indeferir vários pedidos para conduzir queimas do Alcorão, as cortes do país assumiram uma postura de anular tais decisões, ao apelar ao pretexto de liberdade de expressão.
Ao conceder a autorização, no entanto, a polícia admitiu a possibilidade de “consequências na política externa”, além de riscos de segurança.
Apenas dois indivíduos eram esperados no ato, insistiu a polícia, incluindo seu organizador, Salwan Momika, que se identificou a um jornal recentemente como refugiado iraquiano que busca a proibição do Alcorão.
No fim de janeiro, a Turquia interrompeu as conversas sobre a aplicação sueca à OTAN após Rasmus Paludan, líder do partido dinamarquês de extrema-direita Linha Dura, queimar uma cópia do Alcorão perto da embaixada turca em Estocolmo.
Paludan não participou do ato nesta semana.
Diversos países árabes, como Arábia Saudita, Jordânia e Kuwait, também condenaram o ato de Paludan em janeiro último.
O primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, reiterou nesta quarta que seu país ainda quer ser integrado à OTAN, antes ou durante sua cúpula em Vilnius, capital da Lituânia, em julho, embora não haja certeza de novos avanços.
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