Cinco pessoas morreram por dia, em média, ao tentar chegar a Espanha nos primeiros seis meses de 2023, revelou um novo relatório da ong Caminando Fronteras.
Segundo as informações, ao menos 951 pessoas, incluindo 49 crianças, morreram no trajeto por mar ao país europeu no primeiro semestre deste ano. Os refugiados têm origem de 14 países, entre os quais, Síria e nações de toda a África.
O grupo compilou dados de fontes oficiais, testemunhos e operações de resgate.
Conforme o relatório, ao menos 19 barcos desapareceram com todos os seus passageiros a bordo entre janeiro e junho deste ano. Embora menos barcos tenham aportado neste ano, o número de óbitos excedeu o mesmo período do ano anterior em 13 vítimas.
O estudo analisou quatro rotas distintas assumidas pelos refugiados: ilhas Canárias, mar de Alborão, Argélia e estreito de Gibraltar. A primeira é a mais letal, com 778 refugiados mortos em 28 incidentes. Alborão deixou 21 vítimas em duas tragédias.
A rota argelina contabilizou oito incidentes com 102 mortos; Gibraltar, onze incidentes com 50 mortos, prosseguiu o relatório.
A ong concluiu que Espanha e Marrocos não coordenam adequadamente as ações de busca e resgate em tempo hábil. Outros fatores incluem inadequação de recursos e abundância de práticas impróprias durante o resgate.
Ambos os países estão mais preocupados em “fazer política” do que em salvar vidas em seus mares, lamentou o relatório.
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