A fonte al-Hawiya, uma das dezenas de fontes localizadas no distrito histórico de Belém, na Cisjordânia ocupada, enfrenta ameaças de expropriação israelense.
As águas da fonte de al-Hawiya nascem nas montanhas Husan e deságuam em um pequeno lago artificial, situado em um vale cercado por oliveiras. A fonte e suas belezas naturais dão aos palestinos da Cisjordânia uma sensação de ar fresco apesar da ocupação.
Os donos dos pomares ao redor do lago usam as águas para cultivar seus vegetais.
Contudo, há receios de que Israel, que já apreendeu quatro mil acres de terra do distrito de Husan para estabelecer o assentamento ilegal de Betar, pretenda usurpar a fonte histórica e seu potencial turístico.
O plano de Israel
Em sua reunião semanal realizada na segunda-feira (17), o gabinete israelense aprovou um orçamento de 120 milhões shekels (US$33 milhões) destinado a “preservar as antiguidades” da Cisjordânia, pelo período de três anos.
ASSISTA: Palestinos protestam contra expansão de assentamento ilegal israelense na Cisjordânia ocupada
A proposta foi apresentada pelos ministros Amihai Eliyahu (Jerusalém e Patrimônio), Bezalel Smotrich (Finanças) e Haim Katz (Turismo).
Em discurso no Conselho de Ministros em Ramallah, no mesmo dia, o primeiro-ministro da Autoridade Palestina (AP), Mohammad Shtayyeh, advertiu que Israel tenta converter a área histórica de al-Hawiya em um local de peregrinação a colonos judeus.
Shtayyeh pediu à Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) que intervenha para proteger o patrimônio local contra os planos israelenses cujo objetivo é apagar a identidade palestina de suas terras ancestrais.