Asaf Zalal, diretor-geral do Ministério da Educação de Israel, renunciou ao cargo em resposta à controversa reforma judicial proposta pelo governo do atual premiê Benjamin Netanyahu. Em carta emitida nesta sexta-feira (28), Zalal declarou que a profunda divisão na sociedade israelense o impede de cumprir adequadamente suas responsabilidades.
“Não posso continuar a servir o sistema que tanto amo, que quero que nos leve à segurança, do modo como está”, afirmou Zalal. “A presente divisão não me permite proceder e cumprir minhas obrigações como é preciso”.
A renúncia reforça apreensões sobre o impacto da reforma judicial em diversas instituições. Segundo relatos, muitos israelenses – incluindo médicos e firmas de tecnologia – ponderam deixar o país caso a reforma seja aprovada em sua totalidade.
LEIA: Israelenses nas ruas e a sombra do apartheid no espelho
Na segunda-feira, o Knesset (parlamento) deferiu a chamada “lei de razoabilidade”, primeira etapa da reforma judicial de Netanyahu, que retira poderes da Suprema Corte para analisar decisões do executivo consideradas excessivas.
A lei foi ratificada por uma maioria simples de 64 dos 120 membros do Knesset, apesar das 30 semanas de protestos de massa que tomaram o país. Reservistas do exército deixaram de cumprir serviços voluntários em protesto à tramitação.
Críticos acusam Netanyahu de mobilizar uma mudança no regime rumo à autocracia. Aliados internacionais temem pela imagem da “democracia” no Estado colonial de apartheid, com grave prejuízo de relações públicas e investimentos.
LEIA: Corte israelense expulsa 500 palestinos para dar lugar a novo bairro judeu