A junta militar governante no Níger denunciou ontem (09) que tropas francesas, estacionadas no país, realizaram um ataque contra a Guarda Nacional, sem especificar vítimas ou danos materiais.
O porta-voz do Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, o coronel Amadou Abdramane, disse também em um vídeo que as tropas francesas também violaram o espaço aéreo nacional ao pilotar um avião de combate a partir de N’Djamena, capital do Chade.
Abdramane afirmou que estas acções da França no Níger fazem parte de um vasto plano de desestabilização da nação africana.
Estas acusações dos militares que depuseram o agora presidente reeleito, Mohamed Bazoum, num golpe de Estado a 26 de julho, surgem no momento em que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) se reúne amanhã, quinta-feira, em Abuja, na Nigéria.
Os chefes de Estado da organização sub-regional, que não excluíram o recurso à força, se necessário, para repor Bazoum no poder, vão procurar uma solução para a crise sociopolítica em Niamey.
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As novas autoridades nigerianas, que ordenaram o encerramento do espaço aéreo do país, denunciaram anteriormente que estava a ser preparada uma intervenção militar num país vizinho, que não identificaram.
As novas autoridades do Níger, que ordenaram o encerramento do espaço aéreo do país, denunciaram anteriormente que estava a ser preparada uma intervenção militar num país vizinho, que não identificaram.
No calor das altas tensões na sub-região, os governos do Mali e do Burkina Faso, onde se registaram recentemente golpes militares, afirmaram numa declaração conjunta que considerariam qualquer intervenção no Níger como uma declaração de guerra contra eles.
Para além disso, a Guiné, o Chade e a Argélia opõem-se a qualquer operação militar contra o Níger.
Publicado originalmente em Prensa Latina