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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

A Andifes vai se posicionar sobre repressão policial na UFAM a chamado de reitor que é seu dirigente?

O caso aconteceu na última quinta-feira, quando alunos da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) protestavam contra a presença do ex-militar israelense André Lajts para uma palestra em defesa do Estado de ocupação já reconhecido como Estado de apartheid contra o povo palestino.

Agentes federais atenderam a um chamado do reitor, reprimiram a manifestação e prenderam o estudante  Christopher Rocha, solto posteriormente. A Frente em Defesa do Povo Palestino, integrada pelo Fórum Latino Palestino,  reagiu “alarmada” à informação e às imagens de forças policiais adentrando a universidade para reprimir os “protestos legítimos estudantis contra a presença de um palestrante que é ex-militar das forças de ocupação de Israel e tem relações institucionais com o apartheid israelense.”

O palestrante boicotado pelos alunos, conforme a Frente, “tem se notabilizado como propagandista dos crimes contra a humanidade cometidos contra o povo palestino há mais de 75 anos e  é ex-militar ativo em operações contra a população palestina”.

Ao decidir buscar um posicionamento da Associação dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) a Frente constatou que o reitor que colocou policiais no campus é vice-presidente da entidade que reúne todos os reitores de universidades federais. O fato torna mais grave o uso de força policial contra estudantes porque carrega em si a legitimidade emprestada pela Andifes aos seus dirigentes.

Estudante Christopher Rocha, detido por agentes federais dentro da Universidade Federal dos Amazonas (UFAM), quando protestava contra a presença de um palestrante defensor do Estado de ocupação que impõe apartheid entre israelenses e palestinos. [Foto de alunos da UFAM]

A Frente escreveu à direção da associação lamentando a repressão e a detenção de um estudante com uso de algemas, como se vê em foto tirada por colegas – em que a figura do reitor aparece ao fundo. O rapaz foi arrastado a uma viatura pelos agentes de segurança convocados pelo vice-presidente da Andifes que, depois, procurou a Superintendência da PF para pedir sua liberação.

LEIA: Agentes federais invadem Universidade do Amazonas e prendem estudante por protesto contra defensor do apartheid israelense

A carta lembra que os  estudantes exerciam seu direito de manifestar-se contra a presenta de representante do apartheid israelense, sistema denunciado por organizações como Human Rights Watch (HRW), Anistia Internacional e a entidade israelense de direitos humanos BT´Selem. O porquê de um dirigente acadêmico convocar forças policiais e estas prontamente visarem um aluno que é dirigente da União da Juventude Socialista (UJS) continua sem explicação, a não ser por alinhamento com a campanha israelense para criminalizar quem critica Israel – caso dos estudantes e também da UJS.  A Frente lembra que somente neste ano, Israel matou mais de 220 palestinos, inclusive crianças, e isso tem causado indignação de jovens em todo mundo.

A Frente em Defesa do Povo Palestino pediu e diz estar aguardando o posicionamento público da Andifes, “uma vez que o ato de seu dirigente, em não sendo contestado, indicaria conivência da instituição com a violação do ambiente acadêmico e desproteção aos direitos e liberdades estudantis por razões ideológicas”. O estranhamento dos defensores da causa palestina contra o apartheid está na história da Andifes de defesa das liberdades democráticas.

O Fórum Latino Palestino reforça o pedido da Frente para uma audência com a diretoria da Andifes para explicar a situação de apartheid na Palestina e pedir garantia ao pleno direito de manifestação dos estudantes universitários que cada vez mais se mobilizam para denunciar o apartheid e impedir que a tragédia do povo palestino seja pintada de cor-de-rosa por agentes e lobbistas israelenses.

LEIA: Apartheid não se debate, se denuncia e combate!

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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