A incapacidade da ONU em funcionar como moderadora para resolução de conflitos e guerras foi apontada em vários exemplos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao abrir nesta terça-feira (19) a 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York,
“ É perturbador ver que persistem antigas disputas não resolvidas e que surgem ou ganham vigor novas ameaças.E seu primeiro citado foi a “ dificuldade de garantir a criação de um Estado para o povo palestino.”
Ele mencionou também a crise humanitária no Haiti, o conflito no Iêmen, as ameaças à unidade nacional da Líbia e as rupturas institucionais em Burkina Faso, Gabão, Guiné-Conacri, Mali, Níger e Sudão, e o risco de golpe na Guatemala.
A guerra da Ucrânia, por sua vez, “escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU”, disse Lula, reiterando que “nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo” e que “é preciso trabalhar para criar espaço para negociações”.
Para Lula, há uma inversão de prioridades quando os gastos militares somam mais de 2 trilhões de dólares e as despesas com armas nucleares chegam a 83 bilhões de dólares, o que é “valor vinte vezes superior ao orçamento regular da ONU”.
Em defesa da renovação das instituições multilaterais, disse que a posição do Brasil é crítica a toda tentativa de dividir o mundo em zonas de influência e de reeditar a Guerra Fria.
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Lula defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU, que “vem perdendo progressivamente sua credibilidade” e acusou seus membros permanentes de “travarem “guerras não autorizadas em busca de expansão territorial ou de mudança de regime”.
Ele também condenou as sanções unilaterais , que além de ineficazes, causam grande prejuízos à população dos países afetados e dificultam os processos de mediação, prevenção e resolução pacífica de conflitos.
Citando como exemplo o embargo econômico e financeiro imposto a Cuba e a tentativa de classificar esse país como Estado patrocinador de terrorismo, Lula condenou as violações ao direito internacional ao afirmar que o Brasil seguirá denunciando as medidas tomadas que são tomadas sem amparo na Carta da ONU.