O Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (OCHA) confirmou em relatório emitido nesta sexta-feira (22) que mais de 114 mil pessoas sofreram deslocamento forçado no Sudão somente na última semana.
Conforme o relatório, devido aos confrontos entre as Forças Armadas e as Forças de Suporte Rápido, cerca de 5.3 milhões de pessoas deixaram suas casas, seja a outras partes do Sudão ou aos países vizinhos.
“Dentro do Sudão, mais de 4.2 milhões de pessoas foram deslocadas a 3.929 localidades em todos os 18 estados”, observou o relatório. “Isso inclui 114.700 pessoas deslocadas somente na última semana”.
“Até 13 de setembro, mais de um milhão de pessoas cruzaram as fronteiras, em direção aos países vizinhos, dentre os quais, República Centro-Africana, Chade, Egito, Etiópia e Sudão do Sul”, acrescentou.
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“Demandas humanitárias das Nações Unidas continuam gravemente subfinanciadas — cerca de 31% do necessário — e as partes em guerra no Sudão insistem em prejudicar os esforços para prestar socorro em segurança”, advertiu a ONU.
Em 17 de maio, a Organização das Nações Unidas e suas agências lançaram uma campanha para angariar US$2.6 bilhões a um plano de resposta à crise humanitária no Sudão.
Desde 15 de abril, o exército regular sudanês e o grupo paramilitar — até então, parceiro no governo — travam violentas batalhas na capital Cartum e outros lugares. Sucessivos acordos para obter uma trégua não foram capazes de cessar os combates.
Mais de três mil pessoas morreram, sobretudo civis.
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