O Alto-comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas celebrou a condecoração da ativista iraniana Narges Mohammadi com o Prêmio Nobel da Paz de 2023, como forma de reconhecer a “coragem e determinação” das mulheres iranianas.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
“Está absolutamente claro que as mulheres iranianas são uma fonte de inspiração para todo o mundo”, comentou Elizabeth Throssell, porta-voz da agência sediada em Genebra. “Vimos sua coragem e determinação diante de represálias, intimidação, violência e prisão. Tamanha determinação é admirável”.
Segundo Throssell, as mulheres no Irã são “assediadas” por suas vestes com “medidas cada vez mais restritivas em âmbito legal, social e econômico”. Para ela, “esta premiação destaca a coragem e determinação de todas as mulheres no país”.
Alessandra Velluci, porta-voz do Serviço de Informações das Nações Unidas em Genebra, enalteceu Mohammadi por “sua luta contra a opressão das mulheres e meninas no Irã”.
“Estamos do lado do direito das mulheres de todo o mundo, incluindo o Irã e qualquer outro lugar onde seus direitos básicos são violados ou impedidos de desfrutar de plena realização”, acrescentou Velluci.
Mohammadi ganhou o Nobel da Paz por “sua luta contra a opressão das mulheres em seu país” e “sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos”, declarou o comitê julgador nesta sexta-feira (6).
Mohammadi (51) “é mulher, ativista de direitos humanos e combatente pela liberdade”, reiterou o órgão. “Ao premiá-la neste ano, o Comitê do Nobel da Paz deseja honrar sua corajosa luta por direitos humanos, liberdade e democracia no Irã”.
“Sua brava luta não veio sem enorme custo pessoal”, destacou o comitê. “O regime a deteve 13 vezes e a condenou cinco vezes a uma soma de 31 anos de prisão e 154 chibatadas. A Sra. Mohammadi continua na prisão”.
“Neste ano, o Prêmio Nobel da Paz também reconhece centenas de milhares de pessoas que, no ano anterior, protestaram contra as políticas de discriminação e opressão contra mulheres do regime teocrata [no Irã]”, concluiu o anúncio, ao recordar os atos de massa deflagrados pela morte de Mahsa Amini (22), em custódia da polícia de moralidade, em setembro de 2022.
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