O governo israelense deu seu aval a “regulações de emergência” que permitem a suspensão da cobertura internacional dos bombardeios contra os 2.4 milhões de residentes da Faixa de Gaza sitiada. Trata-se de censura como política de colonização e guerra.
Conforme o jornal Times of Israel, o ministro das Comunicações, Shlomo Karhi, encabeçou a proposta, com o intuito de censurar a cobertura e encerrar as operações da rede Al Jazeera sob pretexto de “segurança nacional”.
“Israel está em guerra por terra, mar e ar, assim como no front da diplomacia pública. Não permitiremos que qualquer emissora prejudique a segurança do Estado”, prosseguiu Karhi.
“A transmissão e a cobertura da Al Jazeera compreendem incitação contra Israel, ajudam o Estado Islâmico do Hamas [sic] e organizações terroristas por meio de propaganda”.
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Sob a nova regra, a pasta de Comunicações e o Ministério da Defesa terão autoridade para cessar a transmissão de emissoras de televisão, fechar redações, apreender equipamentos, derrubar páginas da internet ou diminuir seu acesso online.
Karhi sugeriu ainda reprimir todo e qualquer jornalista — incluindo cidadãos israelenses — que sejam considerados responsáveis por “ferir a moral nacional”, segundo informações da rede Middle East Eye.
As ações podem incorrer em revistas arbitrárias a casas de jornalistas, expropriação de pertences e prisões de indivíduos “indesejáveis” — ou seja, críticos às práticas do atual governo de Benjamin Netanyahu.
A censura requer ainda anuência do gabinete de segurança e análises legais do establishment de segurança.
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