Dia Rashwan, diretor do Serviço de Informações do Estado do Egito, advertiu que a Faixa de Gaza sitiada se tornará a “maior vala comum da história” se Israel não permitir a entrada de ajuda humanitária aos 2.4 milhões de habitantes palestinos.
Em coletiva de imprensa, Rashwan corroborou que um total de 457 toneladas de remédios e suprimentos médicos, além de 251 toneladas de alimentos e 87 toneladas de água entraram em Gaza até então. Foram 54 caminhões desde sábado.
O volume, contudo, ainda é insuficiente. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), são necessários ao menos cem caminhões diários para conter a catástrofe humanitária em curso.
Conforme Rashwan, o aeroporto de al-Arish recebeu 39 aviões com assistência até então — o último, proveniente do Quênia.
Rashwan pediu para que sejam estabelecidos mecanismos com organizações internacionais relevantes para garantir o fluxo assistencial, de modo que a questão não pode depender de negociações com Israel.
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Rashwan também criticou o viés racista da imprensa ocidental ao cobrir o genocídio perpetrado por Israel em Gaza, ao desumanizar os palestinos.
O massacre em curso na Faixa de Gaza é retaliação à chamada Operação Tempestade de Al-Aqsa, ação de resistência do grupo Hamas que cruzou a fronteira por terra e capturou colonos e soldados, em 7 de outubro deste ano.
A ação decorreu de recordes de escalada colonial em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada, além de 17 anos de cerco militar a Gaza. Os ataques israelenses desde então equivalem a punição coletiva, genocídio e crime de guerra.
Ao promover o cerco absoluto a Gaza — sem luz, sem água, sem comida —, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos como “animais”.
Ao menos 5.791 pessoas — dentre as quais, mais de duas mil crianças — foram mortas por Israel até então, além de mais de 15 mil feridos. Outros milhares continuam desaparecidos — provavelmente mortos — sob os escombros.
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