O jornal israelense Yedioth Ahronoth alertou para a crescente popularidade da resistência palestina ao redor do mundo, com combatentes vistos como “heróis populares”, ao passo que Israel é denunciado por seus crimes de terrorismo de Estado.
Apesar das políticas de Estado de limpeza étnica e colonização, o editorial culpou o governo israelense do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pela crise de relações públicas. A nota confirma embates domésticos sobre a abordagem em Gaza.
“Apesar das perdas adicionais a suas tropas, o exército israelense obtém bons resultados em seu ataque contra a Faixa de Gaza, embora, ao mesmo tempo, haja um revés na diplomacia”, alegou o periódico em hebraico.
“É impossível ignorar o que vem se tornando, cada vez mais, um dos maiores pesadelos políticos de nossa história, dado que a maior parte do mundo nos vê, israelenses, como terroristas, enquanto enxerga Yahya Sinwar e seus colegas da liderança do Hamas como combatentes da liberdade”,
acrescentou.
O jornal lamentou que o grupo Hamas esteja recebendo saudações globais, muito além do chamado mundo árabe, até mesmo entre a opinião pública dos Estados Unidos e do Reino Unido, cujos governos expressaram apoio incondicional a Israel.
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“Nos dias que precederam a invasão por terra, vozes se ergueram contra tais ações dentro de Gaza. Parece que o medo de uma operação similar àquela que transcorreu na Segunda Guerra do Líbano, que levou a duras perdas e poucas conquistas militares ou diplomáticas, levou muitas a vozes a se erguerem, da direita e da esquerda, para evitarmos tais passos”.
Nas últimas cinco semanas, protestos massivos tomaram cidades de todo o mundo, contra o genocídio israelense em Gaza, ao reivindicar um cessar-fogo. Grupos de judeus antissionistas se tornaram centrais em cidades como Londres e Nova York.
Israel mantém bombardeios contínuos contra Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma operação de resistência do movimento Hamas que atravessou a fronteira e capturou colonos e soldados.
São 11.240 palestinos mortos até então, dentre os quais 4.630 crianças e 3.130 mulheres, além de quase 30 mil feridos. Milhares estão desaparecidos sob os escombros.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.
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