Em uma demonstração pungente de solidariedade, os londrinos se reuniram ontem à noite para “A Night for Gaza” (Uma noite para Gaza), um evento sombrio para lamentar as vidas perdidas e expressar apoio aos palestinos que enfrentam o devastador bombardeio israelense.
Organizada pela MEMO na P21 Gallery, a noite proporcionou um espaço para o luto comunitário, com artistas e poetas compartilhando performances emocionantes que refletiam sobre a tragédia que se desenrola em Gaza. Os participantes descreveram uma atmosfera triste e comovente.
O evento começou com a leitura, pela anfitriã Victoria Brittain, do poema evocativo de Mahmoud Darwish “We Travel Like All People” (Nós viajamos como todas as pessoas), estabelecendo um tom reflexivo. Em seguida, foi apresentada uma peça falada de assombro intitulada “Forgive Me“, que deixou muitos em lágrimas.
Peço desculpas se só contei suas histórias quando elas eram de terror.
Peço desculpas por só ter ouvido seus gritos quando eles foram gritados do outro lado do mar.
Por escrever poemas sobre seu povo somente quando seus nomes estavam gravados nos cemitérios, ou pelo menos deveriam estar.
pelo menos deveriam estar.
Relatos comoventes transmitiram o horror e o desespero dos palestinos que lutam para permanecer vivos, mas que, de alguma forma, demonstram resiliência, em meio ao devastador bombardeio israelense nas últimas três semanas. Testemunhos emocionantes de residentes de Gaza, apresentados em ordem cronológica, capturaram a terrível escalada desde o início dos bombardeios.
Gravações de ruídos de bombardeios e descrições em primeira mão pintaram um quadro horrível do desenrolar da agressão. Poemas comoventes deram voz ao caos, ao horror, ao desafio, à determinação e ao desespero infligidos aos habitantes de Gaza. Leituras feitas por palestinos transmitiram a luta diária para simplesmente sobreviver enquanto se esquivam das bombas.
Uma profunda sensação de desespero e resignação em relação à sua situação permeou os relatos de testemunhas oculares de Gaza, juntamente com mensagens urgentes para o mundo, pedindo intervenção para acabar com a dor e a perda que consomem a região.
Os organizadores da organização beneficente de Gaza, o Hands Up Project, também apresentaram peças de teatro e obras de arte de jovens de Gaza, oferecendo uma perspectiva de vidas jovens destruídas pela violência. As mensagens urgentes das crianças sitiadas de Gaza tinham um grande peso emocional, deixando o público impotente.
Outros artistas apresentaram poemas e letras de músicas emocionantes, ressaltando a resiliência de Gaza e ecoando os apelos mundiais para que os bombardeios cessassem. Os membros da plateia ouviram solenemente, muitos em um estado de descrença na escala de devastação transmitida pelas apresentações pungentes.
Embora a tristeza tenha permeado o local, também houve solidariedade e um senso de catarse, pois os participantes se uniram para testemunhar a tragédia que se desenrolava. Durante três longas semanas, os londrinos observaram Gaza arder de longe; ontem à noite, eles se reuniram para um mesmo lamento.
LEIA: Brasileiros de volta. E como ficam os acordos com Israel?
As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.