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Emirados negam financiar assassinatos políticos no Iêmen

Soldados emiradenses marcham em Dubai, em 7 de dezembro de 2023 [Dominika Zarzycka/NurPhoto via Getty Images]

Os Emirados Árabes Unidos negaram informações de uma reportagem da rede britânica BBC que revelaram que o governo do Golfo financiou assassinatos políticos no Iêmen.

A reportagem, do jornalista Nawal Al-Maghafi, citou um delator anônimo e outras fontes envolvidas nas operações.

Segundo os relatos, mercenários americanos — contratados pelos Emirados Árabes Unidos em 2015 — treinaram oficiais emiradenses e, posteriormente, iemenitas, sob o pretexto de combate ao terrorismo.

Entre 2015 e 2018, mais de cem execuções sumárias foram realizadas no Iêmen contra cidadãos sem conexão com grupos designados terroristas. O primeiro incidente, conforme a reportagem, foi a morte do deputado Ansaf Mayo, líder do Partido Islah na cidade portuária de Aden, no sul do país.

Com base em imagens vazadas de drones utilizados no incidente, o crime foi rastreado até membros de uma empresa de segurança privada americana chamada Spear Operations Group, cujos membros foram e entrevistados como parte da investigação.

Agentes da Spear, como Isaac Gilmore, ex-fuzileiro naval dos Estados Unidos e, mais tarde, diretor de operações da empresa, admitiram que os Emirados os contrataram para realizar os assassinatos no país.

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Uma vez que sua presença se tornou mais conhecida entre a população local, os mercenários supostamente ensinaram suas táticas a oficiais locais, em uma base emiradense em Aden. Esses oficiais, por sua vez, ensinaram e delegaram as tarefas aos colaboracionistas locais. Segundo os relatos, a estratégia foi adotada para tornar mais difícil que os assassinatos fossem rastreados até Abu Dhabi.

As operações serviram então de fator-chave às missões de segurança dos Emirados no sul do Iêmen, à medida que a coalizão liderada pela Arábia Saudita travava uma guerra contra os houthis ligados a Teerã. O resultado foi o estabelecimento de um Conselho de Transição do Sul (STC) e forças paramilitares até 2017, treinadas — segundo o delator — para conduzir os assassinatos desde então.

Conforme investigadores do grupo de direitos humanos Reprieve, dos 160 indivíduos assasinados no Iêmen entre 2015 e 2018, apenas 23 tinham ligações ao terrorismo.

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