O herói da libertação da África do Sul, Nelson Mandela, “estará sorrindo em seu túmulo” com a ordem da Corte Mundial impondo medidas de emergência contra Israel por causa de sua guerra em Gaza, disse o Ministro da Justiça, Ronald Lamola, segundo a Reuters.
Em um processo movido pela África do Sul, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenou na sexta-feira que Israel evitasse atos de genocídio contra os palestinos e fizesse mais para ajudar os civis, embora não tenha exigido um cessar-fogo imediato.
A Corte ainda não se pronunciou sobre a questão central do caso da África do Sul, se houve genocídio em Gaza. Essa decisão pode levar anos.
“Acreditamos que o ex-presidente Mandela estará sorrindo em seu túmulo como um dos defensores da Convenção sobre Genocídio”, disse Lamola à Reuters, à margem de uma reunião do partido governista Congresso Nacional Africano, nos arredores de Joanesburgo.
O ANC há muito tempo defende a causa palestina, uma relação forjada quando sua luta contra o domínio opressivo da minoria branca foi apoiada pela Organização para a Libertação da Palestina de Yasser Arafat.
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Ele comparou as ações de Israel à sua luta contra o apartheid, uma comparação rejeitada por Israel, que disse que as alegações de genocídio da África do Sul são “grosseiramente distorcidas” e que faz o máximo esforço para evitar vítimas civis.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse: “A simples alegação de que Israel está cometendo genocídio contra os palestinos não é apenas falsa, é ultrajante, e a disposição da Corte de sequer discutir isso é uma vergonha que não será apagada por gerações”.
Lamola disse que o fato de a África do Sul ter levado o caso à Haia foi um ato de coragem motivado pelo desejo de defender uma ordem mundial baseada em regras.
Ele acrescentou: “É uma vitória para a lei internacional que não pode haver excepcionalismo em nenhuma parte do mundo e Israel não pode ser isento do cumprimento de suas obrigações internacionais”.