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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Ataque israelense a Rafah prova denúncia de genocídio, afirma África do Sul

Ministra de Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, conversa com imprensa após decisão do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) sobre o genocídio israelense em Gaza, em Haia, Holanda, em 26 de janeiro de 2024 [Michel Porro/Getty Images]

A ministra de Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, afirmou à rede de notícias Al Jazeera que as ações israelenses na cidade de Rafah, no extremo sul de Gaza, servem de prova à denúncia de seu país ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de a campanha de Tel Aviv no território palestino configura crime de genocídio.

Pandor condenou ainda os ataques a jornalistas em Gaza, incluindo repórteres da Al Jazeera em particular, ao descrever tais ações como “ato criminoso”.

“Israel não foi dissuadido pela determinação de Haia e a evidência disso é a continuidade de sua guerra a Rafah”, comentou a chanceler. “A decisão de parar a guerra em Gaza está nas mãos dos países que abastecem Israel com dinheiro e armas”.

“O que é preocupante”, prosseguiu Pandor, “é que Israel recebeu anuência plena para ignorar as instruções de Haia para proteger civis”.

ASSISTA: Israel destrói sede da UNRWA na Cidade de Gaza, viola a lei internacional 

Na terça-feira (13), a presidência sul-africana confirmou ter encaminhado um pedido urgente a Haia sobre os planos israelenses de invadir Rafah, ao requerer da corte medidas cautelares para evitar novas violações contra o povo palestino.

Em 26 de janeiro, o tribunal das Nações Unidas confirmou “plausibilidade” de que Israel infringe a Convenção sobre Genocídio de 1948, ao solicitar do Estado ocupante que evite e puna atos e incitação ao genocídio e permita o fluxo humanitário a Gaza.

Israel, contudo, continuou a atacar civis e caminhões assistenciais.

Na segunda-feira (12), Karim Khan, promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), corte distinta também sediada em Haia, rompeu seu silêncio sobre a crise, ao expressar preocupação sobre “os relatos de bombardeios e incursão por terra em potencial contra Rafah”.

No Twitter (X), afirmou Khan: “Meu escritório possui uma investigação ativa sobre a situação no Estado da Palestina. Estamos avançando nisso como assunto de extrema urgência, com objetivo de levar justiça àqueles responsáveis por violações sob o Estatuto de Roma”.

“Todas as guerras têm regras”, acrescentou, “e as leis aplicáveis ao conflito armado não podem ser interpretadas de modo a torná-las ocas ou vazias de significado”.

LEIA: No Egito, Lula critica campanha israelense em Rafah, pede reforma na ONU

“Esta é minha mensagem consistente, incluindo quando estive em Ramallah no ano passado”, concluiu o promotor. “Desde então, não vi nenhuma mudança discernível de conduta por parte de Israel. Como costumo enfatizar, aqueles que não cumprem a lei, não podem reclamar depois que nosso escritório aja conforme seu próprio mandato”.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 28.663 mortos e 68.395 feridos — em maioria, mulheres e crianças —, além de dois milhões de desabrigados.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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