O Instituto Sahat, sediado em Istambul, na Turquia, lançou uma campanha em solidariedade ao povo palestino na Faixa de Gaza sitiada, para conscientizar o público do uso da fome como arma de guerra pelo exército de Israel.
A campanha ecoa denúncias de agências internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a ong Human Rights Watch (HRW).
Segundo as informações, após quase cinco meses de ofensiva a Gaza, incluindo bombardeios e cerco militar, ao menos oito crianças morreram de fome na região norte do território costeiro, incluindo um bebê de seis meses e outro de um ano e meio.
A iniciativa reúne relatos aterradores como: “Estamos morrendo devagar”, “Não me lembro da última refeição de meu filho” e “Estamos comendo grama”.
A campanha reafirma ainda os quase 20 anos de cerco israelense a Gaza, por mar, ar e terra — condição agravada desde 7 de outubro, quando o ministro da Defesa do Estado ocupante, Yoav Gallant, ordenou um cerco absoluto ao território, “sem comida, sem combustível, sem água”, ao descrever os 2.4 milhões de palestinos locais como “animais humanos”.
O Sahat observa ainda o descumprimento de Israel sobre as medidas cautelares deferidas pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, em 26 de janeiro, incluindo maior fluxo humanitário à população civil — obstruído por ataques diretos e bloqueios de colonos nas vias de fronteira.
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“A fome é utilizada como arma para punir coletivamente a população de Gaza”, alerta em vídeo a organização. “Israel não deseja romper o cerco pois lhe permite regular a escala de dor imposta a cada alma viva que habita o enclave”.
“Antes da guerra, os alimentos que entravam em Gaza eram calculados em termos de calorias”, acrescentou. “Hoje, porém, à margem da fome, a única coisa a ser contabilizada é o número de vítimas, que morreram ou morrerão por bombas, fome e doenças”.
O Instituto Sahat age como instituição humanitária e agência de notícias para difundir a voz e as histórias do povo palestino tanto em sua terra quanto na diáspora.
Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas, que capturou colonos e soldados. São 29.692 palestinos mortos e 69.879 feridos, além de dois milhões de desabrigados.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.