A Comissão da União Africana, órgão executivo do bloco regional, pediu nesta sexta-feira (8) um cessar-fogo no conflito que assola o Sudão durante o mês islâmico do Ramadã, entre os dias 11 de março e 9 de abril.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
“Moussa Faki Mahamat [presidente da Comissão] pede às partes sudanesas que respeitem um cessar-fogo absoluto em todo o território nacional durante o mês sagrado do Ramadã”, declarou o bloco em comunicado.
O Sudão é tomado por uma guerra civil entre seu exército oficial e tropas paramilitares do grupo conhecido como Forças de Suporte Rápido (FSR) desde abril de 2023. A causa central do conflito envolve esforços para integrar as milícias ao contingente regular.
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Ao menos 13 mil pessoas foram mortas desde então e milhões foram deslocadas.
Faki Mahamat insistiu que o cessar-fogo “deve ajudar a facilitar o envio de ajuda humanitária às populações civis em necessidade urgente”.
O chefe da Comissão Africana instou as partes a “assumir suas responsabilidades para impedir que a grave ameaça de fome e outras catástrofes humanitárias incida sobre o povo do Sudão e dos Estados vizinhos”.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, ecoou os apelos por uma trégua no país norte-africano.
“Em apenas alguns dias, começa o mês sagrado do Ramadã. Hoje, durante reunião do Conselho de Segurança sobre o Sudão, fiz um apelo a todos os agentes envolvidos para que honrem uma cessação de hostilidades durante o Ramadã”, disse Guterres no Twitter (X).
“É tempo de calar as armas e falar pela paz”, acrescentou.
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