Um cessar-fogo imediato em Gaza deve ser “material, e não simbólico” para encerrar “um dos capítulos mais sinistros” da história humana, advertiu nesta terça-feira (26) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
“Gaza tem abalado os registros da humanidade, ao expor um de seus capítulos mais sinistros”, comentou James Elder, porta-voz da Unicef durante coletiva de imprensa em Genebra. “Temos urgentemente de escrever um novo capítulo”.
“Ao povo de Gaza, devemos permitir que viva”, acrescentou.
Elder comentou os desafios da Unicef e outras organizações em levar assistência humanitária ao norte de Gaza, destruído por Israel. Segundo seu relato, caso o regime israelense permitisse uso da travessia de Erez — “a dez minutos das pessoas famintas” —, a crise humanitária poderia ser revertida “em questão de dias”.
No entanto, os esforços da agência e de seus parceiros são “frustrados”.
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“Entre 1° e 22 de março, um quarto das 40 missões ao norte de Gaza foram indeferidas”, alertou Elder. Como resultado, “vidas são ceifadas e pessoas são privadas de sua dignidade”.
No último sábado (23), Philippe Lazzarini, chefe da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), confirmou que a ocupação israelense impediu a entrada de comboios assistenciais ao norte de Gaza ao menos duas vezes em uma semana.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 32.490 palestinos mortos e 74.889 feridos, além de oito mil desaparecidos e dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, são 13 mil crianças e quase nove mil mulheres.
Na segunda-feira (25), o Conselho de Segurança aprovou uma resolução por um cessar-fogo em Gaza até o fim do mês islâmico do Ramadã, em 9 de abril. Os Estados Unidos, que vetaram outras três resoluções, decidiram abster-se, permitindo a ratificação da proposta.
Israel, no entanto, manteve bombardeios a Gaza ao longo da semana.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.