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Prisioneiro palestino vence prestigioso prêmio de literatura árabe

Romancista palestino Basim Khandaqji, detido pela ocupação israelense, vencedor do Prêmio Internacional de Ficção Árabe, em 28 de abril de 2024 [@BookBrunch/X]

O romancista palestino Basim Khandaqji, hoje encarcerado pela ocupação israelense, recebeu o Prêmio Internacional de Ficção Árabe (IPAF) deste ano, por seu livro Uma máscara, a cor do céu.

A premiação foi anunciada no domingo (28) em cerimônia realizada em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.

Rana Idriss, proprietária da editora libanesa Dar al-Adab, responsável pela publicação, recebeu a honraria em nome do autor.

“Basim gostaria de agradecer os organizadores e o painel de juízes”, afirmou Idriss. “Gostaria de agradecer também sua família, que é fonte de sua força pelos quase 21 anos em que está preso, sobretudo seu irmão, Yousef Khandaqji, e parceiro da vida”.

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Segundo o jornal The National, Yousef, presente na cerimônia, declarou: “Falando em nome de meu querido irmão, dedicamos essa vitória a todo o povo palestino. Sinto sua falta todos os dias e todos os dias ele está em nossos corações”.

Basim nasceu em Nablus, na Cisjordânia ocupada, e permanece encarcerado desde 2004, sob a acusação de envolvimento em um atentado a bomba em Tel Aviv. Condenado arbitrariamente a três penas perpétuas, continuou, no entanto, seus estudos e seu trabalho literário.

Basim se graduou em Ciências Políticas pela Universidade de Al-Quds (Jerusalém), tornando-se autor de diversas obras, incluindo antologias de poesia e romances.

O enredo de Uma máscara, a cor do céu (tradução livre) gira em torno de Nur, um arqueólogo radicado em um campo de refugiados de Ramallah, que encontra um documento de identidade israelense, que o leva a uma jornada de autodescoberta e reflexão.

O IPAF é um dos mais prestigiosos prêmios literários do mundo árabe.

A vitória de Basim Khandaqji é notável não apenas pelas circunstâncias no cárcere, mas também pelos temas de seu romance, que, segundo Nabil Suleiman, chefe do painel de juízes deste ano, “disseca uma realidade complexa e amarga de fragmentação familiar, deslocamento, racismo e genocídio”.

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