Trabalhadores de saúde de Gaza têm enfrentado desafios sem precedentes para prover serviços essenciais às dezenas de milhares de feridos e doentes no território sitiado, reportou a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).
Conforme o departamento de saúde mental da ong internacional, o impacto do trabalho em condições tão extremas deve deixar traumas para o restante das vidas dos profissionais palestinos e dos voluntários estrangeiros.
Equipes médicas na Palestina ocupada relatam viver com medo, sob profundo estresse e ansiedade, à medida que as forças militares de Israel mantêm bombardeios, cercos e invasões de infantaria aos centros de saúde.
Os profissionais relatam um número sem precedentes de feridos deixados com queimaduras gravíssimas e membros destruídos, devido às explosões israelenses, incluindo a demanda por cirurgias de amputação sem sequer anestesia.
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Audrey McMahon, psiquiatra da ong que retornou recentemente do enclave palestino, comentou: “Nossos colegas em Gaza trabalham sob profunda pressão psicológica. Muitas vezes, por conta da insegurança, têm de deixar pacientes para trás. Muitos compartilham um sentimento de culpa por não conseguir fazer mais”.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 34.262 mortos e 77.229 feridos, além de dois milhões de desabrigados, até então. Entre as fatalidades, cerca de 14 mil são crianças.
Apesar de um mandado de Haia, deferido em 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, energia elétrica, medicamentos ou combustível.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.