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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Sudão rejeita pedido dos EUA para retomar negociações

Soldados do exército regular sudanês durante cerimônia de graduação no estado de Gedaref, no sul do país, em 27 de maio de 2024 [AFP via Getty Images]

O exército sudanês rejeitou nesta quarta-feira (29) o retorno a negociações de paz com o grupo paramilitar conhecido como Forças de Suporte Rápido (FSR), com o qual trava uma guerra civil, segundo informações da agência de notícias Reuters.

A recusa sucedeu conversas entre o chefe do exército, Abdel Fattah el-Burhan, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken.

“Não iremos a Jeddah [Arábia Saudita, sede das negociações] e quem quer que queira isso, deve nos matar em nossa terra e levar nossos corpos”, declarou Malik Agar, número dois no Conselho Soberano do Sudão, encabeçado por Burhan.

Combates intensos seguiram no norte da capital Cartum, incluindo bombardeios por ar e terra.

Na terça-feira (28), o Departamento de Estado confirmou que o chanceler debateu com Burhan a necessidade de um cessar-fogo, via retomada de conversas mediadas por Washington e Riad, paralisadas há meses.

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No dia seguinte, o Ministério de Relações Exteriores alinhado ao exército aceitou um convite do Egito para um fórum de grupos civis, condicionado, porém, aos outros presentes.

Em comunicado, todavia, Agar sugeriu que a cúpula anterior em Addis Ababa, capital da Etiópia, serviu de “distração” para os objetivos de encerrar a guerra.

O grupo paramilitar — parceiro do exército no golpe militar de outubro de 2021, até ruptura por esforços para integração das tropas — alegou previamente estar aberto às negociações, apesar de desacatar, junto ao rival, compromissos estabelecidos até então.

No telefonema de terça-feira, Blinken abordou a demanda por desescalada em al-Fashir, capital de Darfur do Norte, com 145 mortos e 3.600 famílias deslocadas desde 10 de maio, segundo as estimativas das Nações Unidas e da ong Médicos Sem Fronteiras (MSF).

As Forças de Suporte Rápido cercaram al-Fashir e invadiram bairros civis. Em resposta, as Forças Armadas, sob o pretexto de manter sua presença em seu último bastião de Darfur, conduziram violentos ataques aéreos a toda a região.

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Segundo os residentes, projéteis de ambos os lados destruíram casas. Água e eletricidade foram cortadas e o acesso a hospitais é limitado.

A guerra civil no Sudão eclodiu em abril de 2023, descarrilando o processo à democracia. Nove milhões de pessoas foram expulsas de suas casas e milhares foram mortas.

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