Cerca de 1.1 milhão de palestinos de Gaza contraíram doenças infecciosas como consequência de seu sucessivo deslocamento à força e superlotação dos abrigos improvisados, de acordo com comunicado técnico das autoridades locais, emitido neste domingo (2).
Entre os casos, há 20 mil pacientes diagnosticados com hepatite viral.
Após 240 dias de ofensiva israelense, o governo alertou que 60 mil mulheres grávidas vivem em grave risco devido à falta de serviços de saúde, além de 350 mil pacientes com doenças crônicas privados de seu medicamento devido ao cerco.
Estima-se 3.247 massacres conduzidos pela ocupação israelense em oito meses, com ao menos 46.439 mortos ou desaparecidos — provavelmente mortos sob os escombros —, entre os quais, 15.438 crianças, 10.231 mulheres, 498 trabalhadores de saúde, 70 trabalhadores da defesa civil e 147 jornalistas.
Cerca de 82.627 pessoas foram feridas, incluindo dez mil pacientes oncológicos e 11 mil pessoas que demandam cuidados urgentes no exterior.
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Setenta porcento das vítimas são mulheres e crianças.
Cinco mil palestinos de Gazas foram detidos, incluindo 310 funcionários médicos e ao menos 20 jornalistas cujas identidades são incertas. Os presos permanecem desaparecidos em custódia de Israel, sem julgamento ou acusação — reféns por definição.
Há ainda dois milhões de desabrigados, em maioria, vulneráveis a novos ataques em instalações das Nações Unidas — bombardeadas ao menos 148 vezes desde outubro.
Trinta e três dos 36 hospitais de Gaza foram destruídos, junto de 131 ambulâncias.
A ocupação israelense destruiu ainda 205 dos 325 sítios arqueológicos ou históricos registrados em Gaza — território mediterrâneo de encontro de civilização há ao menos quatro milênios.
Foram lançadas 78 mil toneladas de explosivos em Gaza, totalizando US$33 bilhões em custos a Israel. Os custos e o prazo de reconstrução são ainda um mistério.
Gaza vive ainda um cerco absoluto há oito meses — sem comida, água, combustível ou insumos médicos. Ao promover suas ações, o ministro da Defesa da Israel, Yoav Gallant, descreveu os 2.4 milhões de palestinos de Gaza como “animais humanos”.
As ações israelenses em Gaza são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.