Ao menos 70 palestinos mortos e 300 feridos — na maioria mulheres e crianças — chegaram ao Hospital de Al-Aqsa, em Deir al-Balah, na Faixa de Gaza, nesta terça-feira (4), após bombardeios de Israel no centro do território sitiado, confirmou a ong Médicos Sem Fronteiras (MSF).
As baixas sucedem uma nova escalada nas últimas 48 horas, com aumento nas mortes civis.
Segundo a organização, a situação em campo é “apocalíptica”, à medida que Israel mantem seus ataques junto ao fechamento da travessia de Rafah, na fronteira com o Egito, levando o sistema de saúde efetivamente ao colapso.
“O cheiro de sangue no pronto-socorro do hospital nesta amanhã era insuportável”, disse Karin Huster, membro da ong. “Há pessoas jogadas por toda a parte, no chão, do lado de fora. Corpos são trazidos em sacos plásticos. A situação é insuportável”.
LEIA: Crianças de Gaza vivem próximas do lixo, sofrem doenças, alerta Unicef
As equipes do Hospital de Al-Aqsa — uma das últimas instalações de saúde ainda operantes no centro do enclave — enfrentam um enorme influxo de pacientes, incluindo queimaduras graves, traumas por estilhaços, fraturas, amputações e outros.
A MSF reafirmou que os incidentes de morticínio em massa são “inaceitáveis” e que o “horrível impacto” à população civil mostra absoluto desdém das forças ocupantes sobre a vida humana em Gaza. “Esta catástrofe — produzida pelo homem — precisa parar”, reiterou a ong.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase nove meses, deixando ao menos 36 mil mortos, 82 mil feridos e dois milhões de desabrigados.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.